Apagão provoca corrida por água, filas em mercados e leva capital do Amapá à calamidade pública
Nos postos de combustíveis, há grandes filas para abastecer os carros, que são usados por muitos moradores para comprar alimentos e águas em bairros distantes
O Amapá entrou, nesta sexta-feira (6) no quarto dia de um apagão que atingiu a capital, Macapá, e outros 13 municípios. O cenário compromete também o abastecimento de água, pela falta de energia para as bombas no sistema, com filas em supermercados e caixas eletrônicos e perda de alimentos refrigerados.
De acordo com moradores, muitas pessoas perderam alimentos e a busca por água potável é grande nos mercados, mas muitos comércios locais estão fechados, devido à falta de geradores de energia.
A técnica em saúde bucal Adriana Xavier, 34, relata que próximo em sua casa, no bairro Renascer, na zona norte a capital, não há onde comprar comida e água e por isso precisa recorrer a outros locais. “Os comércios com geradores estão lotados. Perto de casa não tem onde comprar comida e água. Muitas pessoas perderam alimentos e donos de mercados vendem a preços de custo para não perder. A situação está ficando pior a cada dia”, contou.
As aglomerações também ocorrem em postos de gasolina e em uma a agência do Banco do Brasil, que conta com gerador de energia elétrica e possibilita o funcionamento de caixas eletrônicos. Mas o resultado são grandes filas.
Muitos moradores recorreram ao Aeroporto de Macapá para conseguirem carregar os telefones celulares. Shoppings na capital também estão sendo pontos para mesma finalidade. Há supermercados com geradores que cobram R$ 10 para carregar telefones.
Nos postos de combustíveis, há grandes filas para abastecer os carros, que são usados por muitos moradores para comprar alimentos e águas em bairros distantes, e também para conseguir carregar telefones celulares nos veículos.
Há pessoas que descem dos carros e vão até às lojas de conveniência para usar tomadas e comprar produtos, como água potável.
“Tive que sair de casa para conseguir carregar meu telefone, depois de uma hora na fila, carreguei em uma tomada do aeroporto. Todo o momento várias pessoas estão aqui para usar as tomadas e conseguir ao menos um pouco de comunicação”, informou a auxiliar administrativo Jordana Cruz, 32. Em nota, a Infraero no Amapá informou que os voos no estado não foram afetados, devido aos geradores de energia instalados no aeroporto. Além da falta de energia elétrica, muitos locais também registram falta de água. De acordo com a Companhia de Água e Esgoto do Amapá, sem eletricidade, não há como ligar a bomba para abastecimento.
Em alguns bairros, moradores que têm poço nas residências compartilham com os vizinhos que não tem. Em residenciais pessoas usam o reservatório de água para a busca. Mas em ambos os casos, a água é usada para serviço como limpeza da casa, higiene e cozimento de alimentos. Para consumir água potável, muitas pessoas fazem filas nos comércios para conseguir comprar galões. “A maioria dos comércios estão com filas para comprar água potável, as pessoas têm comprado nos galões. A busca por água está grande. A falta de água está constante”, disse Israell Augusto, de 27 anos, morador do bairro Universidade, na Zona Sul de Macapá.
Ainda de acordo com a Caesa, o restabelecimento do serviço segue sem previsão. A Prefeitura de Macapá decretou estado de calamidade pública para a capital para nos próximos 30 dias. A medida possibilita mais agilidade para a tomada de ações de emergência e de apoio à população.
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