Caminhoneiro se assume transsexual aos 66 anos
Heraldo Oliveira Araújo, de 66 anos, agora se chama Afrodite
Um caminhoneiro se assumiu transsexual, aos 66 anos, depois de dois casamentos com mulheres. Heraldo Oliveira Araújo, que mora em Cuiabá, começou a usar apenas roupas femininas, tomar hormônios femininos e a se comportar o tempo todo como mulher, em 2016. Heraldo passou a se chamar Afrodite e agora aos 69 anos se prepara para colocar implante de silicone nos seios.
Afrodite contou ao G1 que sempre se sentiu como uma mulher e, desde a infância, questionava a mãe sobre o porquê de não ter seios, órgãos femininos e não poder usar roupas femininas.
“Sempre me senti uma mulher no corpo errado. Minha mãe, sempre muito paciente, explicava geneticamente que nasci homem e, como homem, teria um propósito aqui. Aceitei, mas o desejo de ser mulher permaneceu”, relatou.
Além de caminhoneira, Afrodite já foi cabo do Exército, empresária e eletricista. Mesmo nas missões do Exército e na empresa em que trabalhava, ela usava roupas íntimas femininas e pintava as unhas, pois isso a fazia se sentir bem.
“Desde a infância tinha essa tendência, sentia prazer de me vestir de menina, mas sempre escondi isso das pessoas, pois tentava aceitar que era um homem. Foi difícil disfarçar uma vida inteira. Tirava o sutiã e ficava as marcas, as calcinhas eu descartava após usá-las”, contou.
Casada com uma mulher durante 16 anos, Afrodite realizou o sonho de ter uma filha.
“Minha esposa não sabia do meu fetiche, mas eu usava roupas femininas quando saía para trabalhar. Uma vez ela encontrou uma calcinha no meu bolso, mas pensou que eu estava apenas ‘pulando cerca’ (traindo-a)”, disse.
Por volta de 1995, Afrodite e a mulher se separaram e ela passou a morar com outra mulher, com quem se relacionou por 14 anos.
“Quando tive um romance com ela, achei que realmente era um homem, mas na cama precisava inverter os papéis na minha mente. Me imaginava como mulher e a via como homem, mas não deu para continuar com isso”, relembrou.
Atualmente, Afrodite viaja em um caminhão de vestido, de salto alto e maquiada. Ela não se troca mais dentro do veículo antes de descer do caminhão, como fazia antes. “Doei todas as minhas roupas de homem e agora vivo 24 horas como mulher. Algumas pessoas ainda me olham ‘torto’, mas precisamos entender que somos iguais, somos seres humanos. O preconceito está na própria pessoa”, pontuou.
Ela disse ainda que passou a ser mais aceita após participar de uma propaganda para uma marca de lubrificante e a imagem dela repercutir nas redes sociais.
“Depois da repercussão começaram a me olhar de outra forma. Muitas pessoas passaram a me admirar. Alguns falam que sempre me achou um homem bonito, mas digo a eles que nunca fui um homem”, ressaltou.
As informações são do portal G1.
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