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Mais calmo do que em 2018, Messi sorri apesar da derrota e acredita em melhora

"Sempre quando se perde é grave para os outros. Mas temos de encontrar forças em nós mesmos para reagir", disse, soltando um sorriso no fim.


Por Folhapress Publicado 16/06/2019

“Leo, por favor!” A frase foi dita por jornalistas argentinos uma, duas, três, quatro vezes após a partida em que a Argentina perdeu para a Colômbia por 2 a 0 neste sábado (15), na Fonte Nova, em Salvador. Não é sempre que Lionel Messi atende a esses pedidos de entrevistas após uma derrota. Em toda Copa do Mundo da Rússia no ano passado, ele falou com a imprensa apenas duas vezes. Acabrunhado, reticente e pressentindo o desastre que seria a campanha argentina, pouco disse.

Depois de sair do vestiário na Bahia na estreia da Copa América, ele parou sempre que chamado.

“Sempre quando se perde é grave para os outros. Mas temos de encontrar forças em nós mesmos para reagir”, disse, soltando um sorriso no fim.

A risada de Messi diante da imprensa após resultado negativo em um torneio com a seleção argentina é algo para ser guardado.

Em parte significa que para ele a Copa América não tem a mesma importância do Mundial. Mas a última partida da Argentina pelo torneio continental antes da derrota deste sábado detonou sua aposentadoria da seleção. Após perder a terceira final em três anos e cair nos pênaltis diante do Chile, em 2016, Lionel disse que não jogaria mais pelo país. Voltou atrás meses depois, mas as lágrimas daquela noite nos Estados Unidos mostraram que o torneio continental tem importância.

Mesmo porque em todas as entrevistas, não apenas ele, mas todos os jogadores do elenco e o técnico Lionel Scaloni precisam responder sobre o jejum de 26 anos sem títulos. O último foi a Copa América de 1993. O capitão daquela equipe, o zagueiro Oscar Ruggeri, estava na Fonte Nova comentando a partida para a TV Pública e para a Fox Sports do país.
Na Copa do Mundo, duas vezes Messi ignorou a imprensa após os jogos e não falou. Depois da goleada sofrida diante da Croácia e da eliminação contra a França, saiu calado, escoltado pelo presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), Claudio Tapia.

“A gente não pode colocar sobre os ombros de Leo toda a culpa por uma derrota. Cada um tem de assumir o seu papel e a sua responsabilidade. Ele é referência para todos nós, mas não vai fazer tudo sozinho”, explicou o meia Rodrigo De Paul, que entrou no intervalo na vaga de Di María e foi responsável pela melhora ofensiva da Argentina quando o placar ainda era 0 a 0.

Messi foi perguntado sobre estar mais tranquilo após um resultado negativo do que em outros resultados negativos, mas esta questão resolveu ignorar.
“[A derrota] Dói, obviamente, mas agora não podemos fazer nada a não ser ganhar o jogo seguinte. Não é uma boa maneira de começar, mas não vamos ficar nos lamentando. É passo a passo. Agora tem o Paraguai e depois veremos o que podemos fazer”, analisou.

Ele bateu na mesma tecla várias vezes: a Argentina precisa usar como exemplo os 30 minutos iniciais do segundo tempo diante da Colômbia. O atacante acredita que este futebol será suficiente para dar ao time a vitória sobre o Paraguai, na próxima quarta (19), no Mineirão. A situação não é dramática por causa do sistema de classificação da Copa América.

Avançam os dois primeiros de cada chave e os dois melhores terceiros colocados. Isso dá a uma seleção que começa mal o torneio a oportunidade de se recuperar.

Em 2011, o Uruguai terminou em 3o no seu grupo e foi campeão, eliminando a Argentina e Messi pelo caminho.

A equipe então dirigida por Jorge Sampaoli estreou com empate na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, diante da Islândia e se desesperou. Messi, que perdeu pênalti neste jogo, entrou em parafuso e ficou em tal estado de ânimo de abatimento que perturbou até funcionários da AFA.

A versão 2019 do capitão da seleção escolheu não se preocupar tanto.

“Temos de usar como aprendizagem para o que vem. Não é fácil começar a competição assim, mas ganhando do Paraguai muda tudo. Não há tempo para lamentar-se”, completou, acreditando que a derrota contra a Colômbia foi injusta. “Talvez merecíamos um pouco mais. Foi uma partida igual.”

É possível que Messi tenha comprado a ideia que o trabalho é de longo prazo e que o objetivo final, apesar da importância do título da Copa América, é o Mundial do Qatar em 2022. Mas falta combinar isso com Claudio Tapia, que não confirmou a permanência de Lionel Scaloni no comando se a Argentina não for campeã no Brasil.

“Vamos pensar em coisas positivas”, finalizou Messi.

Esta frase mostra que este Lionel da Copa América não é, de jeito nenhum, o mesmo que esteve na Rússia no ano passado.

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