Médico relata agressão após alertar conhecidos sobre os riscos da covid-19
Agressão, segundo ele, aconteceu na sexta-feira (26), após uma reunião em que foi definido o que seria fechado na cidade como medida de prevenção à covid-19
O médico infectologista José Eduardo Panini, 31, de Toledo, no oeste do Paraná, afirma ter sido agredido com chutes e socos ao alertar conhecidos sobre o agravamento da pandemia do novo coronavírus no estado.
A agressão, segundo ele, aconteceu na sexta-feira (26), após uma reunião em que foi definido o que seria fechado na cidade como medida de prevenção à covid-19.
“Ao alertar sobre os riscos a pessoas conhecidas, a resposta que me foi dada foram chutes e socos, enquanto um me segurava o outro me agredia”, relatou nas redes sociais.
O resultado está na foto postada pelo médico: o olho direito roxo e inchado e a boca machucada.
“Pessoas assim é que ajudaram a situação chegar onde está”, disse.
O agressor estava se preparando para ir uma festa quando recebeu o alerta e agrediu o médico. Um amigo do agressor teria ajudado, segurando a vítima no chão enquanto apanhava.
Com taxa de ocupação de leitos de UTI em 94%, o governo do Paraná determinou no final da semana passada a suspensão do funcionamento de serviços e atividades não essenciais em todo o estado e a ampliação da restrição de circulação de pessoas no horário das 20h às 5h.
Foi para discutir as adaptações a essa medida no município que o médico, que é servidor público, participou de uma reunião e, logo depois, tentou avisar as pessoa que o agrediram sobre o que os números mostram em relação à pandemia.
Com 142 mil habitantes, Toledo registrou até agora 141 mortes causadas pela covid. O total de casos é de 14.793. No momento, a média de ocupação de leitos de UTI na região é de 96,15%.
A violência contra o médico foi repudiada pelo prefeito Luis Adalberto Beto Lunitti Pagnussatt (MDB) e pelo Conselho Municipal de Saúde.
Em nota, o prefeito afirmou que toda agressão é injustificável e inaceitável.
Também em nota, o Conselho Municipal de Saúde defendeu a punição aos agressores.
“Aos profissionais de saúde que enfrentam as mais diversas dificuldades para atender toda população, nosso reconhecimento e empatia em um momento de absoluta tensão e risco”, diz a manifestação do conselho.
Panini registrou um boletim de ocorrências sobre o fato, que será investigado pela Polícia Civil.
O agravamento da pandemia fez com que ao menos três estados anunciassem novas medidas restritivas nesta segunda-feira (1º), que vão do fechamento de praias ao toque de recolher.
Elas se somam a outros estados, como os três do Sul e São Paulo, que nos últimos dias divulgaram uma série de regras para tentar frear a disseminação do coronavírus e o aumento de internações e mortes provocadas pela covid-19, como a suspensão de cirurgias não emergenciais em hospitais e a proibição da celebração de missas e da venda de bebidas alcoólicas.
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