França volta atrás e aprova vacina de Oxford para idosos
O imunizante já havia sido aprovado sem restrições de idade pela agência reguladora da União Europeia (EMA), mas dezenas de países limitaram seu uso por falta de dados sobre seu efeito nos idosos
Pressionada pela lentidão de sua vacinação e encorajada por resultados obtidos no Reino Unido, a França voltou atrás da decisão de não usar a vacina de Oxford/AstraZeneca em maiores de 65 anos. O imunizante é o principal do programa de vacinação do governo federal no Brasil, onde é usado sem restrição de idade.
O imunizante já havia sido aprovado sem restrições de idade pela agência reguladora da União Europeia (EMA), mas dezenas de países limitaram seu uso por falta de dados sobre seu efeito nos idosos. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a dizer que a vacina parecia “quase ineficaz” nas maiores faixas etárias, o que provocou uma onda de rejeição na França e o risco de desperdício do produto de Oxford.
Em esforço para reverter a confiança, o próprio ministro da Saúde, Olivier Véran, 40, se deixou fotografar recebendo uma dose do imunizante. Na segunda (1º), anunciou que o imunizante passaria a ser usado em idosos de 65 a 74 anos.
As dúvidas sobre a vacina de Oxford começaram a perder força com a divulgação de resultados da vacinação na Escócia e na Inglaterra, onde o produto é usado em idosos desde dezembro. No comunicado em que recomentou o uso também para maiores de 65 anos, divulgado nesta terça (2), a Alta Autoridade para a Saúde da França (HAS) chama de “encorajadores” os dados preliminares do estudo escocês.
Os números recém-divulgados pelo governo inglês foram na mesma direção, e indicaram ainda uma proteção maior da vacina de Oxford, na comparação com a da Pfizer.
Segundo dados do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC) desta terça, a França usou até agora apenas 138 mil das 1,2 milhão de doses que recebeu da vacina de Oxford. No cômputo total, o país é também um dos menos adiantados na imunização, com 63,7% das doses utilizadas até agora e 9,6 injeções aplicadas por 100 habitantes.
Como comparação, a Alemanha -que também enfrenta críticas por lentidão- aplicou 12,2 doses por 100 habitantes e usou 67,8% de seus estoques. O governo alemão ainda mantém sua decisão de não administrar a vacina de Oxford nos idosos.
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