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Deputados do Rio aprovam nome de Pelé para o Maracanã

O projeto do deputado estadual André Ceciliano (PT) agora segue para o governador Cláudio Castro (PSC), que tem prazo de 15 dias para sancionar ou vetar a mudança


Por Folhapress Publicado 10/03/2021
Divulgação

Considerado uma das grandes instituições do futebol brasileiro, o estádio do Maracanã pode trocar de nome aos 70 anos, completados em junho de 2020. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou nesta terça-feira (9), em discussão única, projeto de lei que concede ao estádio o nome de Edson Arantes do Nascimento – Rei Pelé.

Mário Filho, jornalista homenageado em 1966 com o nome oficial do estádio, deverá batizar o complexo esportivo que abrange também o ginásio Maracanãzinho e o estádio de atletismo Célio de Barros. O projeto do deputado estadual André Ceciliano (PT) agora segue para o governador Cláudio Castro (PSC), que tem prazo de 15 dias para sancionar ou vetar a mudança.

“O Brasil, em geral, só reconhece seus ídolos depois que eles morrem. Mas esse reconhecimento em vida ao rei Pelé, um dos brasileiros mais reconhecidos e admirados do planeta, é uma demonstração que o nosso país é tão generoso quanto grandioso”, disse Ceciliano ao defender a proposta. De acordo com o projeto, as placas com o novo nome do estádio devem mencionar o milésimo gol de Pelé, comemorado no estádio em 1969.

A intenção dos políticos do Rio de Janeiro, no entanto, pode esbarrar no primeiro artigo da lei federal 6.454/77, que não permite dar o nome de pessoas vivas a bens públicos. “É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta.”​

Em declaração à Agência Brasil, o jornalista Mário Neto criticou a troca do nome do estádio. Ele é neto de Mário Filho.
Imagem do Maracanã em dia de jogo de Flamengo e Vasco da Gama, em fevereiro de 2021. “Lamentável essa atitude. Uma barbaridade. Tiraram com uma canetada. Eu não vou brigar com quem não conhece Mário Filho, não conhece nada de esportes. Tô chateado, mas não vou levar à frente”, disse.

Nascido em Recife (PE), Mário Rodrigues Filho era irmão do dramaturgo e escritor Nélson Rodrigues e foi proprietário do Jornal dos Sports, onde liderou a campanha pela construção do Maracanã. Com sua campanha, ele convenceu os cariocas sobre a construção do estádio no terreno do antigo Derby Club, no bairro do Maracanã, zona norte do Rio.

Inaugurado em 16 de junho de 1950, o Maracanã recebeu jogos da Copa do Mundo daquele ano e de 2014. Também sediou jogos da Copa das Confederações (2013), cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e dos Jogos Olímpicos em 2016 e Copa América em 2019. O estádio também é conhecido por ser palco de grandes eventos, como shows de Frank Sinatra, Madonna, Rolling Stones, Paul McCartney, Tina Turner e missas campais do papa João Paulo 2º, em 1980 e 1997.

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