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Ação foca em adulteração de combustível com possível sonegação de R$ 270 milhões

Participam da operação sete promotores de Justiça, 15 auditores fiscais, seis analistas tributários e mais de 90 policiais rodoviários federais


Por Estadão Conteúdo Publicado 15/03/2021
Foto: Divulgação/Polícia Federal

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo, a Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram na manhã desta segunda-feira (15) , a segunda fase da Operação Arinna, para investigar um esquema de adulteração de combustível que teria possibilitado a sonegação de cerca de R$ 270 milhões em tributos federais. Os promotores estimam que todos os investigados tenham movimentado R$ 4,8 bilhões.

Agentes cumprem 11 mandados de busca e apreensão nas cidades paulistas de Valinhos, Paulínia, Araraquara, Ibaté, Ribeirão Bonito, além de Cocalinho e Cuiabá no Mato Grosso. Participam da operação sete promotores de Justiça, 15 auditores fiscais, seis analistas tributários e mais de 90 policiais rodoviários federais.

Segundo a Promotoria paulista, a ofensiva é resultado da análise dos dados fiscais e bancários que tiveram o sigilo levantado por decisão judicial. “O exame das informações permitiu identificar o caminho percorrido pelo dinheiro, desde os financiadores do esquema investigado até os principais beneficiários desses recursos”, indicou a Promotoria paulista em nota.

Investigadores apontam que as empresas Sun Energy Indústria e Comércio, Importador e Exportador de Lubrificantes e Aditivos Eireli e Confidence Trading Comércio, Importação e Exportação de Produtos Químicos Eireli, alvos da primeira fase da operação, comercializaram, aproximadamente, R$ 82 milhões de Nafta, um derivado de petróleo.

As duas companhias obtinham autorização da Agência Nacional do Petróleo para aquisição do produto sob a justificativa de que o mesmo seria utilizado como insumo pela indústria petroquímica. No entanto, os investigadores observaram que as compras estavam sendo financiadas por pessoas e empresas vinculadas ao setor de combustível.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o principal financiador do “esquema”, “figura como um dos grandes devedores da Fazenda Nacional e do Estado de São Paulo”, utilizou contas de terceiros para permanecer oculto nas operações de importação e comercialização dos produtos. Tais contas receberam créditos superiores a R$ 490 milhões no transcorrer de três anos, diz a Promotoria.

O nome da operação, Arinna, faz referência à deusa do sol da extinta civilização hitita, indicou a Promotoria.

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