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Estagiária de enfermagem morre de covid aos 24 anos; pai está intubado

Natália Barbosa Moraes Rodrigues morreu no último sábado (27), em Sorocaba (SP). Seu pai, de 65 anos, possui problemas renais e está intubado


Por Folhapress Publicado 30/03/2021
Estagiária de enfermagem morre de covid aos 24 anos
Natália Barbosa Moraes Rodrigues estava prestes a se formar – Foto: Reprodução/Redes Sociais

A estagiária de enfermagem Natália Barbosa Moraes Rodrigues, de 24 anos, morreu por complicações da covid-19 no último sábado (27), em Sorocaba (SP).

Segundo o namorado da jovem, que trabalhava no Hospital Adib Jatene, ela se recuperava bem da doença e estava pronta para deixar a intubação quando seu quadro teve uma piora repentina.

O estudante Aaron Fabrício Pacheco da Silva, também de 24 anos, detalhou que Natália teve os primeiros sintomas da doença, como tosse, febre e dor de cabeça, no último dia 3. Ela chegou a tomar a primeira dose da vacina contra a covid-19, mas não recebeu a segunda a tempo.

Uma semana depois os sintomas se agravaram e ela precisou ser internada.

Natália Barbosa Moraes Rodrigues e Família
Natália com sua família – Foto: Instagram

“A saturação dela estava baixa e ela estava com muita dificuldade de respirar. Ela precisou ser internada na enfermaria onde ficou no oxigênio por uma semana”, lembra o namorado.

Sem apresentar melhoras, Natália foi transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) onde ficou 15 dias intubada. Durante a transferência da enfermaria para a UTI a jovem teve duas paradas cardiorrespiratórias e foi reanimada.

Natália Barbosa Moraes Rodrigues e Aaron Fabrício Pacheco da Silva
Aaron e Natália começaram a namorar em 2019 e estavam planejando o casamento. O pedido foi feito por ela, que o pegou de surpresa
Foto: Redes Sociais

“Antes dela ser intubada a gente estava conversando pelo Whatsapp. Naquele dia ela comentou que teve uma crise de ansiedade, mas foi se acalmando. Em seguida ela disse que ia dormir e me desejou boa noite. Foi a última mensagem que trocamos”, contou Aaron.

Apesar da gravidade do quadro, a estagiária de enfermagem estava reagindo bem ao tratamento, com o uso de oxigênio sendo reduzido pela equipe médica gradativamente.

“Quando ela foi para a UTI os pulmões estavam bastante comprometidos e ela precisava 100% de oxigênio. Com o passar dos dias ela foi melhorando e reduzindo a necessidade do oxigênio, até que no dia 25 ela estava respirando apenas 30% com o auxílio do tubo, já estava sendo preparada para extubar”, detalhou o namorado.

Ainda segundo ele, no dia 26 a jovem passou por diversos exames para diagnosticar possíveis sequelas devido às paradas cardiorrespiratórias que sofreu. Durante a noite a jovem teve uma piora em seu quadro de saúde e não resistiu.

“Essa doença é traiçoeira, ao mesmo tempo que o paciente começa a melhorar, logo ela vem e ataca novamente. Quando soube que a Natália não resistiu, meu mundo acabou”, afirma o rapaz. O corpo de Natália foi sepultado em um cemitério de Ibiúna ainda no sábado (27).

Pai com covid-19

De acordo com a família, Natália era muito ligada à mãe e principalmente ao pai, Geraldo Rodrigues, de 65 anos, que possui problemas renais. A jovem era a responsável por acompanhá-lo em consultas médicas.

No dia 15, momentos antes de ser intubada, a jovem soube que o pai também estava infectado com covid-19 e havia sido internado.

A mãe de Natália também foi infectada com o coronavírus, mas não precisou de internação.

Apaixonada pela enfermagem

Natália começou a trabalhar no hospital pouco tempo antes para cumprir as horas de estágio obrigatórias que a faculdade exige.

Segundo o namorado, a jovem era apaixonada pela profissão e tomava todos os cuidados para não se infectar.

“A gente ficava preocupado com o risco de contaminação, mas ela sempre falava que ela amava a enfermagem e era para isso que ela estava se formando, para cuidar e ajudar as pessoas. No hospital ela cuidava dos pacientes que estavam se recuperando da doença”, lembra Aaron.

A jovem e o namorado moravam juntos há quase dois anos. Ela não deixa filhos.

“Ela foi a mulher que mais amei na minha vida. Era uma pessoa perfeita, amiga, simpática, estava sempre feliz e com sorriso no rosto”, diz.

“Enquanto essas pessoas que estão fazendo de tudo pelos pacientes estão indo embora vemos muita gente fazendo festas clandestinas e participando de comemorações. Enquanto isso quem sofre somos nós”, completou ele.

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