Doria vai entrar na Justiça contra Ministério da Saúde por menos doses de Pfizer
Estado recebeu 228 mil doses do imunizante nesta semana, quando esperava que chegassem 456 mil
O governador João Doria (PSDB) vai entrar na Justiça contra o Ministério da Saúde em razão da redução na entrega das doses da Pfizer no último lote, que chegou ao Estado na terça-feira (3).
Doria, contudo, ainda não explicou que tipo de medida pretende tomar. As informações foram anunciadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira (5).
Em ofício encaminhado ao Ministério da Saúde, o governo de São Paulo e a Secretaria de Saúde do Estado acusaram a pasta de enviar 50% a menos de doses da Pfizer. O estado recebeu 228 mil doses do imunizante nesta semana, quando esperava que chegassem 456 mil.
Caso o envio não seja regularizado, Doria não conseguirá cumprir o calendário já anunciado, que prevê o início da vacinação de adolescentes no dia 18. Eles só podem tomar o imunizante da Pfizer, o único testado até agora na faixa abaixo dos 18 anos.
João Doria afirmou em entrevista coletiva nesta quarta (4) que a decisão do governo federal é “arbitrária” e “afronta o pacto federativo”. Afirmou também que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) já fez “maldades demais” com o Brasil e que agora faria uma “maldade adicional” contra São Paulo.
Após a acusação, representantes do Ministério da Saúde negaram que tenha havido prejuízo na distribuição e disseram ter havido uma compensação por doses extras recebidas anteriormente.
Em entrevista coletiva, o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, negou que tenha havido prejuízo na distribuição das doses ao estado e disse que a decisão foi tomada em conjunto com representantes de secretários de saúde. Ele também negou que haja um percentual fixo de distribuição de doses por estado.
Segundo a secretária de enfrentamento à covid, Rosana Leite de Melo, São Paulo retirou mais doses do que o previsto no Instituto Butantan em distribuições recentes, o que levou a “compensações” no envio de outros imunizantes.
Em nota divulgada logo após a coletiva de imprensa do ministério, o governo de São Paulo rebateu as declarações e disse que a afirmação de que o Estado teria ficado com mais doses da CoronaVac é “mentirosa”.
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