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Austrália cancela visto de Djokovic pela segunda vez

O tenista entrou no país em 5 de janeiro sem se vacinar contra a covid-19


Por Folhapress Publicado 14/01/2022
Impedido de entrar na Austrália, Novak Djokovic tem histórico de declarações sem apoio na ciência
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ministro da Imigração, Cidadania, Serviços a Imigrantes e Relações Multiculturais da Austrália, Alex Hawke, usou nesta sexta-feira (14) o seu poder pessoal para cancelar o visto do tenista Novak Djokovic, que está em Melbourne para disputar o Australian Open. O tenista entrou no país em 5 de janeiro sem se vacinar.

Com a decisão, o tenista pode ser deportado, o que acaba com sua intenção de conquistar o décimo título do Grand Slam australiano. Os advogados do atleta entraram com uma liminar contra a decisão, segundo a imprensa australiana.

O sorteio do Australian Open foi realizado na quinta (13), e o adversário de Djoko na primeira rodada seria o também sérvio Miomir Kecmanovic. A chave principal do torneio começa no início da semana que vem.

“Hoje eu exerci o meu poder sob a seção 133C da Lei de Migração para cancelar o visto detido pelo senhor Novak Djokovic por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público de fazê-lo. Ao tomar esta decisão, considerei cuidadosamente as informações fornecidas a mim pelo Departamento de Assuntos Internos, pela Força de Fronteira Australiana e pelo senhor Djokovic”, alegou Hawke, por meio de comunicado oficial.

“O governo de [Scott] Morrison [primeiro-ministro do país] está firmemente comprometido em proteger as fronteiras da Austrália, particularmente em relação à pandemia de covid-19”, acrescentou.

“Tomo nota da decisão do ministro da Imigração em relação ao visto do senhor Novak Djokovic. Entendo que, após uma análise cuidadosa, o ministro tomou medidas para cancelar o visto por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público. Essa pandemia tem sido incrivelmente difícil a todos os australianos, mas nos mantivemos juntos e salvamos vidas. Juntos alcançamos uma das taxas de mortalidade mais baixas, economia mais forte e taxa de vacinação mais altas do mundo. Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia e esperam, com razão, que os resultados destes sacrifícios sejam protegidos”, comunicou Morrison, em nota.

Djokovic entrou no país em 5 de janeiro sem se vacinar, alegando que testou positivo para covid-19 em 16 de dezembro – o estado de Victoria (onde está situada Melbourne, a sede do Grand Slam) determinou que só pessoas vacinadas poderiam entrar parar jogar o torneio.

Ao desembarcar no aeroporto, ele foi parado pela polícia alfandegária por não apresentar todos os documentos necessários para justificar a entrada no território australiano. Desta forma, ele passou a noite separado de sua equipe em uma sala do aeroporto de Melbourne e depois foi encaminhado para um hotel onde ficou confinado. Ele teve o visto inicialmente cancelado por representar risco para a saúde pública, mas entrou na Justiça e ganhou o direito de entrar no país.

Agora com a decisão de Hawke, além de correr o risco de ser deportado, o sérvio pode ser impedido de entrar na Austrália por três anos devido ao cancelamento do visto.

PRÓXIMOS PASSOS

A equipe jurídica de Novak Djokovic entrou com uma liminar imediata com o intuito de acelerar o processo, minimizando a duração das apresentações escritas e provas verbais.
Com o caso no tribunal, a equipe jurídica do tenista sérvio espera que a liminar possa ser debatida ainda no fim de semana, finalizada até domingo (16) para dar tempo de Djokovic disputar o Australian Open.
O caso retorna ao juiz do Tribunal Federal do Circuito Anthony Kelly, que revogou o cancelamento pela primeira vez.

Segundo o jornal The Sydney Morning Herald, os advogados de Hawke concordaram em não deportar Djokovic até que os processos judiciais terminem. Djokovic também não será detido nesta sexta. Neste sábado (15), o tenista terá um encontro com funcionários da imigração.

COMO FICA O TORNEIO

Caso seja mesmo deportado, Djokovic perderá o Australian Open e será substituído por um lucky loser (algo como “perdedor sortudo”, em inglês), um tenista derrotado no qualificatório do torneio, mas que ganhará vaga na chave principal por conta da ausência do líder do ranking mundial.

A organização do Australian Open ainda não se manifestou publicamente após o visto do sérvio ter sido cancelado.

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