Queiroz diz que é pré-candidato a deputado federal, sem revelar o partido
Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é acusado de envolvimento no escândalo da "rachadinha" no gabinete do filho do presidente Bolsonaro
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse que é pré-candidato a deputado federal. Envolvido nas investigações sobre “rachadinha” no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), Queiroz foi colocado em liberdade pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em março do ano passado.
“Se for da vontade de Deus, vou disputar uma cadeira legislativa, sim. Apenas uma correção na reportagem: sou pré-candidato a deputado federal!”, escreveu Queiroz em seu perfil no Instagram, em resposta a uma nota do jornal O Dia.
Em junho do ano passado, a colunista do UOL Juliana Dal Piva já havia noticiado a intenção do ex-assessor de Flávio de ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados. À época, ele negou a pré-candidatura, mas disse ter sido uma “boa ideia”.
“Obrigada por me informar sobre possível candidatura a dep federal (sic), pois nem eu mesmo sabia dessa pretensão. Mas, sabe, você me deu uma boa ideia.”
Em entrevista ao jornal O Globo na semana passada, Queiroz assumiu a negociação com o PTB para se filiar à sigla. À época, ele disse que já tinha conversado com a presidente nacional, Graciela Nienov, e marcaria uma reunião com o deputado estadual Marcus Vinicius Neskau (PTB-RJ), para discutir o assunto.
Porém, Graciela nega que tenha conversado com Queiroz sobre filiação. “Já encontrei ele. Não dá para dizer que nunca encontrei ele, mas nunca para falar de candidatura, para nada. Até porque quem trata disso no Rio é o Neskau. Eu não trato nem de [candidatura] federal nem de estadual, essa não é minha tarefa. Essa tarefa é do dirigente estadual.”
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do PTB ressaltou que a executiva nacional não negocia a filiação do ex-assessor de Flávio Bolsonaro e que o deputado Marcus Vinícius, vice-presidente nacional e líder estadual da sigla, é o responsável por filiações no estado. Em contato com a reportagem, o deputado disse que “não sabe de nada”.
“Só soube disso [suposta filiação de Queiroz] pela imprensa. Até hoje não falou comigo. Não sei de nada. É um grande candidato do PL, Republicanos… Não consigo avaliar a questão eleitoral no RJ sem conversar com ele. Qualquer coisa que eu falar, seria leviano. Tem muita gente na frente do Queiroz [para ser candidato]. Para mim, ele é um candidato normal. Se quiser conversar, converso e levo para executiva nacional avaliar, como qualquer um.”
Em junho de 2020, Queiroz foi preso preventivamente pela Justiça do Rio de Janeiro no caso das “rachadinhas”, esquema em que os funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro teriam devolvido parte do salário para o dinheiro ser lavado, segundo a investigação. O ex-assessor passou oito meses preso e, desde que voltou a poder sair de casa livremente, tenta retomar seu protagonismo político.
A “reestreia” dele em eventos bolsonaristas ocorreu na manifestação de 7 de setembro, onde foi exaltado por políticos e militantes presentes na Praia de Copacabana. O caso das rachadinhas continua em investigação pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
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