Menina vítima de abuso sexual é socorrida após se automutilar em escola de Limeira
A jovem relatou ter sofrido abusos sexuais dos 5 aos 13 anos e disse que "não consegue conviver com a dor do trauma e se mutila para esquecer a dor da alma"
Uma adolescente de 16 anos foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após ter se automutilado usando um objeto cortante dentro do banheiro de uma escola estadual, no Parque Hipólito, em Limeira, na manhã desta segunda-feira (23).
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Segundo informações da Guarda Civil Municipal (GCM), a garota foi encontrada com ferimentos nos braços e nas pernas, que teriam sido feitos com a lâmina de um apontador. À guarda, a jovem relatou ter sofrido abusos sexuais dos 5 aos 13 anos. Ela não contou quem teria sido o autor dos abusos, mas garantiu que não era seu pai.
Ainda de acordo com informações da GCM, a adolescente disse que “não consegue conviver com a dor do trauma e se mutila para “esquecer a dor da alma e transferir para a dor física”.
A mãe da garota compareceu à unidade escolar e disse que sabia sobre um dos episódios de abuso sexual, que teriam acontecido aos 13 anos, e negou ter ciência dos demais. Ela também se negou a acompanhar a filha até o hospital, porque não estaria se sentindo bem.
Em entrevista a Educadora, a GCM Silvana Arado, que estuda comportamentos de abusos sexuais, explicou que a autolesão não suicida na adolescência tem recebido atenção em virtude do aumento de casos relatados nas escolas. “A automutilação é considerada um comportamento autodestrutivo que tem por objetivo transferir o trauma frente a um sofrimento muitas vezes impossível de ser verbalizado ou expressado. O motivo que gera essa dor ainda não é bem compreendido, mas é certo que a expressão é um sinal de pedido de socorro”, comentou.
A garota foi encaminhada para a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para receber atendimento. O caso foi acompanhado pelo Conselho Tutelar e será investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
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