Doha tenta evitar caos no trânsito durante a Copa do Mundo
Dos oito estádios que serão usados na Copa do Mundo, cinco estão próximos a estações de metrô
Quem entra em qualquer estação do metrô de Doha logo nota o aviso: até 22 de dezembro, não há mais os vagões exclusivos para famílias, mulheres e para os clientes Gold, o clube de fidelidade do sistema de transporte.
A medida, inédita, tem um objetivo: aumentar a capacidade do sistema de transporte público da capital do Qatar durante a Copa do Mundo. A organização espera que cerca de 1,2 milhão de turistas passem pelo país no decorrer do torneio, que começa neste domingo (20) e termina em 18 de dezembro.
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Também é uma tentativa de fazer com que os visitantes e moradores do país não vão aos jogos de carro. A ideia é evitar um já previsto caos no trânsito. O litro de gasolina na cidade custa, em média, 2,09 qatari rial (R$ 3,07 na cotação atual). O Qatar é o 14º país que mais extrai petróleo. São cerca de 2 milhões de barris diários.
“Receber quatro jogos por dia é um desafio para uma cidade como Doha. Claro que esperamos congestionamentos”, afirma Abdulaziz Ali Al-Mawlawi, diretor de mobilidade do Comitê Supremo para a Entrega e Legado, responsável pela organização do torneio.
Durante a fase de grupos, em 11 datas ocorrerão quatro partidas. A primeira será na próxima terça-feira (22).
Dos oito estádios que serão usados na Copa do Mundo, cinco estão próximos a estações de metrô. Não há uma estatística divulgada pelo governo de Doha, mas é impossível encontrar trens lotados, como se vê em grandes capitais. Os moradores locais, acostumados ao baixo preço da gasolina e à facilidade para comprar automóveis, não estão acostumados a usá-lo. As primeiras linhas foram inauguradas em 2019.
“Nós estamos tentando fazer todos ficarem cientes de algumas regras para amenizar os problemas”, diz Al-Mawlawi.
A organização da Copa fez apelo para que os torcedores que quiserem ir aos jogos de carro o façam em sistema de caronas, com várias pessoas no mesmo veículo. Automóveis estarão proibidos em algumas partes do centro de Doha. O governo ordenou o fechamento das escolas durante o Mundial e determinou que 80% dos servidores públicos trabalhem de casa.
Para incentivar o uso do transporte público, o Qatar definiu que os portadores do Hayya Card, um sistema de identificação digital usado durante a Copa do Mundo, podem ter acesso gratuito ao metrô. Para os turistas, o documento também serve como visto de entrada.
Não há um número divulgado de usuários mensais do sistema de transporte em Doha. No final de março deste ano, a empresa que administra o metrô comemorou que 50 milhões de pessoas passaram pela catraca desde a inauguração. Isso significa uma receita de 100 milhões de qataris riais (R$ 146,3 milhões pela cotação atual).
Durante a Copa do Mundo, o metrô também terá mais trens para diminuir o intervalo entre um e outro. Segundo a organização, a espera será de 2 minutos e 45 segundos em média.
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