Alemanha consegue empate com a Espanha e continua viva na Copa
A Espanha, ataque mais positivo do torneio (oito gols), tinha a vantagem no placar e desperdiçou a chance de se classificar por antecipação para as oitavas de final
Pela segunda Copa consecutiva, a Alemanha chega à última rodada da fase de grupos sob o risco de eliminação. A situação poderia ser ainda pior, mas o empate em 1 a 1 com a Espanha neste domingo (27), no estádio de Al Bayt, mantém a seleção tetracampeã mundial correndo perigo.
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A Espanha, ataque mais positivo do torneio (oito gols), tinha a vantagem no placar e desperdiçou a chance de se classificar por antecipação para as oitavas de final. A equipe surge como uma das favoritas ao título não apenas pelos resultados, mas pelo futebol.
Com troca de passes em velocidade, a seleção apelidada de Fúria envolveu o adversário em diferentes momentos da partida, mas não conseguiu vencer.
A Alemanha enfrenta a Costa Rica na próxima quinta-feira (1º) e tem de vencer para poder avançar. Precisaria também que a Espanha derrotasse o Japão no mesmo dia. Em caso de empate, japoneses e alemães decidiriam a segunda vaga do Grupo E pelo saldo de gols. Ambos ficariam com quatro pontos.
Desde a vitória sobre a Argentina, na final da Copa de 2014, a Alemanha acumula resultados ruins no torneio. Ganhou apenas uma vez em cinco partidas. Teve um empate e três derrotas.
Há quatro anos, na Rússia, a equipe também chegou à última rodada com chances, mas precisando da vitória. Perdeu por 2 a 0 para a Coreia do Sul.
A Espanha se recupera da Copa ruim que fez em 2018. Não atuou bem e acabou eliminada pela Rússia, nas oitavas de final, na disputa de pênaltis.
O jogo começou com aparência de mais um passeio espanhol que, com suas transições rápidas da defesa para o ataque e os deslocamentos dos seus jogadores, dominou os primeiros 20 minutos. Poderia ter aberto o placar com finalização de Dani Olmo, mas ele acertou o travessão.
A Alemanha conseguiu equilibrar as ações até o intervalo e só conseguia fazer algo em campo quando a bola passava por Guindogan. O mesmo meia que reclamou dos companheiros após a derrota na estreia para o Japão e causou mal-estar no elenco.
O que faltava à Espanha era um jogador mais incisivo no ataque, com maior capacidade de finalização, não apenas de toques em velocidade. Álvaro Morata deu isso ao time ao entrar em campo aos oito da etapa complementar. Nove minutos depois, ele completou cruzamento de Jordi Alba para o gol.
A situação da Alemanha havia se tornado desesperadora e o fantasma da eliminação rondava. Sua torcida no estádio parou até de tomar parte na ola puxada pelos espanhóis. Não era mais o mimento para aquilo.
A salvação, assim como aconteceu com a Fúria, também saiu do banco. Fullkrug chutou como centroavante, forte e pelo alto aos 37 para empatar. Não era o resultado ideal, mas mantinha a Alemanha viva.
Falta à Alemanha a capacidade de penetração, de ser mais incisivo no momento de chegar ao gol. O time campeão mundial de 2014 não tinha um centroavante de área e também apostava na troca de posições constantes. Mas era muito mais mortal do que a seleção que entra em campo no Qatar.
A Espanha tenta repetir a mágica de 2010, que consagrou, de forma errada, o termo tiki taka. Não à toa odiado pelo seu maior expoente, Pep Guardiola. Ele dizia que o praticado pelo Barcelona e replicado pela Fúria campeã mundial na África do Sul era tudo, menos tiki taka. A expressão foi cunhada para definir o toque de bola estéril, para o lado, sem objetividade.
Isso é tudo o que a Espanha não tem feito na Copa do Mundo de 2022.
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