Marcos Mion promete renovar Caldeirão em 2024
O apresentador está empolgado com o Caldeirokê, novo quadro que estreia no Caldeirão (Globo) no próximo sábado (16)
A letra da música aparece em uma tela, e você tenta ir acompanhando no ritmo certo –com resultados que variam bastante e podem provocar aplausos ou risos, conforme a performance. Poderia ser uma noite normal em algum karaokê da Liberdade (zona central de São Paulo), não fosse um detalhe: a canção não pode ser escolhida, e quem participa só descobre o que vai cantar na hora.
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E se não conhecer aquela música? “Se vira na dancinha, na cara de pau… Tem que envolver a galera”, diz Marcos Mion, 44, empolgado com o Caldeirokê, novo quadro que estreia no Caldeirão (Globo) no próximo sábado (16). Ou seja, o desempenho vocal do participante, embora ajude, não é o mais importante para ganhar notas altas do júri (que terá Lucas Lima e Diego Martins, além de convidados).
Mion afirma que a ideia do quadro partiu dele, mas foi desenvolvida a muitas mãos por sua equipe. “O embrião foi meu, sim, de uma vontade nítida de trazer alegria para o palco, partindo do conceito de que ninguém é triste num karaokê”, conta. “E quando voltaram para mim, já estava com a estrutura de um game.” O Caldeirokê é parte de uma mudança mais profunda –a mais radical que o programa sofreu desde que o apresentador assumiu suas rédeas, em 2021, primeiro de forma temporária e depois oficialmente como substituto de Luciano Huck (que migrou para o Domingão com a saída de Faustão da Globo). A atração vai estrear um novo pacote gráfico, com vinheta e logomarcas novas, além de um cenário completamente reformulado.
“Cara, eu chego aqui e tenho vontade de abraçar o cenário, tenho vontade de abraçar todo mundo”, diz Mion com o tom laudatório que adotou desde que foi contratado pela Globo, após anos na Record. “Eu posso ficar falando horas, porque eu sou um apaixonado por televisão, sou apaixonado pela Globo. Isso não é segredo pra ninguém. [Quem começou a carreira na Globo] não sabe como é a vida lá fora. Isso daqui não existe, né? Isso daqui só existe aqui.”
Geninho Simonetti, diretor da atração e colega de Mion desde os tempos de MTV Brasil, destaca que a plateia do programa duplicou com relação ao número de pessoas que comportava quando assumiu o programa. “A gente, de fato, está maior, mais maduros, com conteúdos em que a gente acredita e com esse cara [Mion] ainda mais empolgado de estar aqui”, resume.
O desenho do novo cenário foi desenvolvido a partir de um rascunho que ele fez, e inclui uma pequena homenagem a uma paixão que divide com o apresentador: o basquete. Ambos costumam assistir a jogos transmitidos do Madison Square Garden, em Nova York, que tem um telão retangular no centro da arena. Uma versão menor é o grande destaque do novo palco do Caldeirão. “A gente chuta Madison Square Garden e cai no Madison Square Garden de Curicica”, brinca sobre o bairro da zona oeste do Rio onde ficam os Estúdios Globo. “Mas é bonito, dá um efeito legal pra caramba.”
Diretora do núcleo de programas de auditório da Globo, Monica Almeida, afirma que a mudança não foi meramente estética. Ela lembra que, antes, cada quadro tinha um cenário diferente, o que acabava engessando a atração. “A gente tinha uma certa dificuldade de implantar imediatamente uma coisa nova”, admite. “Isso aqui é para podermos criar o tempo inteiro, porque agora a gente tem uma base para fazer o que a gente quiser.”
Com o novo cenário, ela acredita que o processo de trazer novidades para o programa será facilitado. “A gente tem uma parte da equipe que cuida do agora e uma parte da equipe que está pensando na frente, no que pode vir a ser um quadro novo”, explica. “Acho que temos que surpreender o tempo inteiro. Essa é a graça de fazer o que a gente faz, principalmente auditório.”
Mion concorda. O apresentador diz que, para aproveitar a montagem dos cenários antigos, eram gravados vários segmentos de programas diferentes no mesmo dia. Com isso, se percebiam que algo não tinha funcionado só quando ia ao ar, era impossível corrigir com agilidade por causa da frente de gravações. “Muitas vezes, a gente passou isso”, afirma. “A gente via a galera falando de alguma coisa que já sabíamos que não tinha rolado, mas na semana seguinte estava lá de novo. ‘Não estão fazendo nada’. Semana seguinte, estava lá de novo. ‘Pô, eles não vão mudar mesmo’. Tinha todo esse processo de que a gente era refém também.”
O apresentador diz que também não gostava muito da quebra que a mudança de cenário a cada quadro proporcionava. “Parecia que o programa estava começando de novo, porque mudava tudo”, compara. “No momento em que a gente tem uma arena que engloba qualquer quadro que a gente quiser fazer, o programa toma uma unidade.”
Mion conta que estava ciente das críticas ao Caldeirão nas redes sociais, a maioria delas dizendo respeito a uma suposta mesmice nas atrações do programa, que vinha revezando os quadros Sobe o Som e Tem ou Não Tem de forma recorrente. “Chegou um momento onde, de fato, a gente ouvia o ruído das pessoas pedindo novidades”, lembra. “Não é novidade para ninguém, a gente aqui, obviamente, sabia disso.” Ele atribui isso a dois fatores principais. O primeiro é que as atrações estavam funcionando. “Cara, tá entregando muito na audiência, tá entregando demais com anunciantes, então não tinha muito por que mexer num time que estava ganhando”, avalia.
O segundo fator é o tempo de maturação que é preciso para implantar qualquer mudança na TV aberta. “Tudo tem um processo, um tempo de assimilação”, comenta. “Aqui na Globo, tudo é feito com muito cuidado, ninguém vai dormir à noite falando: ‘Amanhã, eu quero mudar um quadro’. E acorda, mudou. Tem um processo muito longo para criar um quadro novo aqui, até para ser com essa qualidade que vocês estão vendo.”
Apesar de confessar que também estava ansioso por novidades, ele diz que isso não tem relação direta com as reclamações nas redes sociais. “Sou uma pessoa que, da mesma forma que não me apego e não tomo como verdade os elogios, não me apego e não tomo como verdade as críticas”, afirma. “Opiniões são sempre bem-vindas, eu não estou falando que eu ignoro elas –eu ouço todas–, mas é o tempo de ouvir, assimilar e jogar fora para seguir adiante.”
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