Por que crianças, idosos e grávidas e têm prioridade na vacinação da gripe?
Idosos, gestantes, puérperas, grupos minoritários e pessoas com comorbidades podem ter sintomas intensos que levam ao agravamento da gripe
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vacinação anual contra a gripe, especialmente para grupos considerados vulneráveis à infecção por influenza. Por questões imunológicas, crianças menores de 5 anos, idosos, gestantes, puérperas, pessoas com doenças crônicas e com imunodeficiência têm maior risco de desenvolver quadros pulmonares graves, como pneumonia e a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que podem evoluir a óbito.
Trabalhadores da saúde, das forças de segurança e portuários, professores, caminhoneiros, populações indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua e privadas de liberdade também fazem parte dos grupos prioritários, pelo motivo de maior risco de exposição.
“Não é somente o idoso que pode ter influenza grave, embora o risco de internação e de óbito seja muito maior nessa população. Temos que lembrar que muitas gestantes foram internadas ou morreram de gripe A (H1N1), e que a influenza causa uma série de complicações em crianças pequenas, além do risco de certos profissionais que estão mais expostos. A vacinação reduz drasticamente estes riscos e por isso eles são os grupos prioritários”, explica a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan, Carolina Barbieri.
O Ministério da Saúde adiantou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe para novembro de 2023 na região Norte e nas demais regiões para março de 2024. No entanto, até o dia 4 de julho, a cobertura vacinal no país tinha alcançado apenas 44%, segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS). O índice está bem abaixo da meta de vacinar 90% do público-alvo estipulada pelo Ministério da Saúde para garantir proteção coletiva e dos grupos prioritários.
Entenda por que a vacina da gripe é tão importante para os grupos prioritários e não deixe de tomar o imunizante, caso ainda não tenha se vacinado.
Crianças abaixo de 5 anos
A influenza está relacionada à alta taxa de hospitalização de crianças com menos de 5 anos. Por não terem o sistema imunológico totalmente desenvolvido, sem a proteção da vacina elas ficam ainda mais suscetíveis a complicações como pneumonia, otite, sinusite, chiado no peito e falta de ar ao contraírem influenza. Por isso, é fundamental manter a vacinação anual contra a gripe neste público-alvo.
Idosos
Pesquisas demonstram que é a população idosa que mais corre risco de ter sintomas intensos e desenvolver a gripe grave, que pode levar a óbito. De todas as internações que ocorrem por influenza no país, 70% são de pacientes idosos. Isso ocorre, sobretudo, pelo enfraquecimento do sistema imunológico ocorrido com o envelhecimento, associado a comorbidades como diabetes, pressão alta, problemas renais e hepáticos, que ajudam a debilitar ainda mais o sistema imune.
Por outro lado, diversas pesquisas sobre a vacina Influenza já comprovaram que a imunização diminui drasticamente complicações pelo influenza, descompensações de doença de base e hospitalizações, o que pode diminuir diretamente o risco de óbito.
Gestantes e puérperas
O estado gestacional causa várias alterações imunológicas, endocrinológicas e hormonais que tornam a gestante mais suscetível a infecções e a sintomas mais intensos em caso de infecção por influenza. A vacinação previne essas complicações na gestante e oferece uma dupla vantagem ao bebê.
A primeira, ao permitir que os anticorpos produzidos pela vacinação cheguem ao feto, através da placenta; e no puerpério (até 45 dias após o nascimento do bebê), com os anticorpos sendo repassados por meio do leite materno durante a amamentação.
Trabalhadores da saúde, professores e caminhoneiros
Estes profissionais têm grande risco de exposição e de espalhar o vírus em ambientes hospitalares, clínicas, casas de permanência, escolas e outros ambientes fechados. Para evitar que isso ocorra, sobretudo com públicos vulneráveis como idosos, gestantes, crianças pequenas e pessoas com outras enfermidades, as categorias são elegíveis à vacinação prioritária.
Doentes crônicos, com comorbidades e imunodeprimidos
Pessoas com doenças renais, hepáticas, cardiovasculares e pulmonares, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ou pessoas com deficiência (PCD), também têm maior risco de complicações pela influenza se não estiverem vacinados.
A gripe pode descompensar essas doenças e piorar outras comorbidades, como pressão alta e diabetes – essas condições naturalmente deixam o sistema imunológico mais debilitado, tornando-o um campo mais fértil para a proliferação do vírus.
A vacina também é fortemente indicada para pacientes com algum grau de imunossupressão e pacientes em tratamento oncológico ou imunodeprimidos em decorrência do uso de corticoides, imunoterapia ou pela Síndrome da Imunodeficiência adquirida em pessoas vivendo com HIV.
Outros pontos de atenção são o tabagismo e a obesidade. A vacina Influenza é também indicada para fumantes e pessoas com obesidade porque ambas condições estão ligadas a processos inflamatórios, que afetam o sistema imunológico e o deixam mais vulnerável a infecções.
Grupos minoritários
Grupos indígenas e quilombolas também são considerados elegíveis, especialmente os que vivem isolados. Tais populações têm pouco contato com diversos tipos de doenças, e, se forem infectadas, podem desenvolver a forma mais sintomática e grave.
Pessoas em situação de rua ou privadas de liberdade são consideradas vulneráveis e com alto risco de exposição à influenza, entre outros tantos patógenos, seja pela dificuldade de ter acesso à higiene, seja pela aglomeração em espaços fechados.
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