Gestos do dia a dia podem poupar milhares de litros e aliviar crise hídrica em São Paulo
Com consumo elevado e reservatórios em níveis críticos, governo reforça orientações de economia de água e explica como pequenas mudanças fazem grande diferença
Em meio à onda de calor e à estiagem que afetam o Estado de São Paulo, atitudes simples dentro de casa passaram a ter papel decisivo na preservação dos mananciais. A combinação entre altas temperaturas e consumo elevado já provocou um aumento de 60% no uso de água na Grande São Paulo, enquanto os reservatórios operam com pouco mais de um quarto da capacidade.
Desde agosto, a Região Metropolitana de São Paulo funciona com redução da pressão da rede durante a noite, das 19h às 5h, medida adotada para preservar as fontes de abastecimento. Só essa ação já evitou o desperdício de 57 bilhões de litros. Mesmo assim, a situação segue delicada: o Sistema Integrado Metropolitano (SIM) trabalha atualmente com 26,42% do volume total, e a previsão de chuvas abaixo da média para janeiro pode atrasar a recuperação das represas.
Diante desse cenário, o uso consciente da água se torna fundamental. Atividades corriqueiras, quando feitas de forma mais cuidadosa, podem resultar na economia de centenas de litros por dia. Um exemplo é fechar a torneira ao escovar os dentes, hábito capaz de poupar até 12 litros a cada vez. Reduzir o tempo de banho em cinco minutos evita o gasto de cerca de 80 litros, volume suficiente para o consumo diário de uma pessoa por semanas.
Na cozinha, ensaboar a louça com a torneira fechada representa outra economia significativa, também estimada em até 80 litros por lavagem. Já na limpeza externa, trocar a mangueira por um balde na hora de lavar o carro pode evitar o desperdício de até 300 litros de água de uma só vez.
Além das orientações à população, o governo estadual adotou em 2025 um modelo mais avançado de gestão hídrica, que monitora permanentemente o nível dos reservatórios e define ações conforme o grau de criticidade. O sistema é dividido em sete faixas, que vão da prevenção ao rodízio de abastecimento, e orienta desde campanhas educativas até medidas mais rígidas, como a ampliação dos períodos de redução de pressão na rede.
Atualmente, São Paulo está enquadrado na faixa 3, que prevê gestão noturna de 10 horas e intensificação da conscientização. Nas faixas mais elevadas, podem ocorrer reduções ainda maiores na pressão da água e, no cenário mais crítico, rodízio entre regiões com apoio de caminhões-pipa para serviços essenciais.
Enquanto as chuvas não retornam em volume suficiente, a economia dentro de casa segue como uma das principais ferramentas para garantir água nas torneiras e preservar os reservatórios que abastecem milhões de pessoas.
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