Tenista brasileira de 16 anos é flagrada no doping e cumpre suspensão de 6 meses
Ela foi punida com suspensão retroativa de seis meses, período finalizado em setembro.
Camilla Bossi teve amostras de urina colhidas durante a disputa do Pro Circuit W25 Campinas, torneio de nível ITF disputado no interior de São Paulo. A competição foi realizada entre 25 e 31 de março deste ano e a urina foi obtida no dia 27. Foi a primeira vez que a tenista se submeteu a um teste antidoping em sua carreira.
A punição, anunciada somente nesta segunda, é retroativa à data do torneio em que foi flagrado o doping. A suspensão, portanto, foi encerrada no fim de setembro. A tenista, assim, já está liberada para voltar às competições.
As amostras de Camilla foram enviadas ao laboratório de Montreal, no Canadá, onde fica a principal estrutura da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). No exame, foi detectada a presença de Enobosarm, uma substância do tipo SARM S-22, proibida pela entidade. Trata-se do mesmo tipo de resultado flagrado nas amostras da também tenista Beatriz Haddad Maia, número 1 do Brasil. Ela está suspensa provisoriamente desde julho e ainda aguarda a decisão final da ITF sobre o seu caso.
Esta substâncias é considerada “agente anabólico” pela Wada. SARM, sigla para “selective androgen receptor modulator” ou “moduladores seletivos do receptor de androgênio”. Trata-se de uma versão aperfeiçoada dos esteroides anabolizantes tradicionais, mas com a promessa de causar menos efeitos colaterais no organismo.
O SARM foi desenvolvido inicialmente pela indústria farmacêutica como alternativa aos esteroides anabolizantes para pacientes com perda muscular. No entanto, mesmo sem o reconhecimento da FDA (Food and Drug Administration, na sigla em inglês), a agência norte-americana responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos, as substâncias passaram a ser utilizadas por atletas amadores e profissionais para crescimento muscular.
Em início de carreira, Camilla Bossi tem trajetória ainda discreta entre os juvenis do Brasil. Já foi a 465ª do ranking da ITF, no início de março deste ano, antes de ser flagrado no doping. Atualmente, sem poder jogar nos últimos meses, caiu para o 1000º posto. Em seu currículo, a jovem atleta já tem um título e um vice no Banana Bowl, torneio juvenil mais tradicional do País, e no Campeonato Júnior de Porto Alegre, mais conhecido como Copa Gerdau.
CASOS RECORRENTES – O Brasil vem se destacando nos últimos pelos recorrentes flagras em exames de doping. Antes do caso de Camilla, o tênis brasileiro teve seguidos casos nos últimos dois anos, com destaque para Beatriz Haddad Maia e Thomaz Bellucci, suspenso por cinco meses no ano passado.
Também deram positivo em testes antidoping: Américo Lanzoni Netto (cumpre suspensão até 24 março de 2020), Yuri Schwanke de Andrade (até 13 de março de 2020), Marcelo Demoliner, Marcela Valle, Fernando Romboli, Igor Marcondes e Marcelo Melo, ainda no ano de 2007.
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