S&P e corte da Selic estimulam Ibovespa, enquanto EUA-China segue no radar
A notícia da agência de classificação de risco, segundo analistas, reforça a visão de que o País está no caminho certo, ajustando sobretudo a parte fiscal.
A Bolsa brasileira dá sequência à alta da véspera (0,26%, a 110.964,27 pontos) e já iniciou o dia alcançando máxima histórica intraday, acima dos 111 mil pontos, amparada principalmente pela queda do juro básico e pela revisão da perspectiva do rating brasileiro, de estável para positivo, pela S&P, na quarta-feira à noite. A notícia da agência de classificação de risco, segundo analistas, reforça a visão de que o País está no caminho certo, ajustando sobretudo a parte fiscal.
“A revisão não deve-se apenas ao recuo do juro, mas também a uma consolidação fiscal”, diz a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour Chachamovitz.
Além de a notícia ser um fator com capacidade de impulsionar o Ibovespa, Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, acrescenta ainda que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a Selic de 5,00% para 4,50%, mesmo que dada como certa, deve influenciar os negócios. “Só vamos ver como será a reação, se o entendimento é de que o BC vai parar em 4,5%, se vai cortar mais um pouco. Vamos ver. O Banco Central não quis se comprometer, que acompanhar os indicadores”, diz.
As ações do setor bancário e de consumo são algumas das que tendem a sentir os efeitos do recuo.
Porém, segue no radar a disputa comercial sino-americana. Um porta-voz chinês disse que “equipes de comércio de ambos os lados estão mantendo contato próximo”, numa tentativa de fechar um acordo comercial preliminar. Já a Reuters informou na quarta-feira que o presidente dos EUA, Donald Trump, deverá se reunir nesta quinta-feira com conselheiros econômicos e de comércio para discutir se mantém a punição tarifária programada para o fim de semana.
Tanto o operador quanto a economista acreditam que a melhora da perspectiva da nota brasileira não deve ser suficiente para elevar consideravelmente o número de investidor estrangeiro na B3. “Os ativos já vinham precificando a notícia”, diz Solange. “Sem dúvida, é um grande atrativo, mas o gringo olha um conjunto de fatores, ainda mais agora com esse diferencial de juros entre o Brasil e os EUA”, cita Monteiro.
O Ibovespa sobe mesmo com a queda das bolsas em Nova York. Já o petróleo avança, após a Agência Internacional de Energia (AIE) cortar sua previsão de crescimento da oferta de petróleo fora da Opep para 2020.
O minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, caiu 0,69%. Às 11h04, o Ibovespa subia 0,46%, aos 111.481,50 pontos.
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