Cantor Luis Capucho se apresenta em Limeira
Luis Capucho e banda chegam à Limeira no dia 25 de janeiro para um único show, no Casarão Café; cantor e compositor estabelecido em Niterói é tido como maldito
Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), Luis Capucho esperava seguir os passos do mais célebre cachoeirense de todos os tempos: Roberto Carlos. Na adolescência, mudou-se com a mãe para Niterói (SP) e conseguiu um violão usado onde começou a treinar. Cursou Letras na Universidade Federal Fluminense e ganhou coragem para compor e se apresentar em pequenos bares e centros culturais. No início dos anos 1990 era bem conhecido na cena musical fluminense-carioca e teve uma de suas canções, “Maluca”, gravada por Cassia Eller.
Porém, em 1996 Capucho desenvolveu uma neurotoxoplasmose, foi severamente entubado e descobriu-se portador de HIV. Com a voz comprometida e limitações motoras, partiu para a literatura, tendo escrito romances elogiados pela crítica e premiados. Mas felizmente não abandonou o fluxo musical – pelo contrário: adaptou-se à nova voz e explorou temas tabus no cancioneiro nacional, tornando-se um artista singular no cenário da MPB nas últimas décadas, quase um anti-Roberto.
A epítome de maldito encontra base no último disco do artista, “Crocodilo”, lançado no dia 6 de dezembro. Tendo o lançamento como atração, Luis Capucho e banda chegam à Limeira no dia 25 para um único show no Casarão Café (rua da Boa Morte, 925 – Limeira), com couvert artístico de R$ 25,00 por pessoa. A cantora limeirense Simone Carvalho faz o show de abertura da noite, a partir das 19h30.
“É um show que reúne canções dos meus cinco discos, então é quase um best of dos últimos vinte anos”, brinca Capucho. “Antes de mais nada, é muito legal poder tocar em Limeira, onde tenho amigos, com minha banda em sua formação mais consistente pois vamos mostrar essas músicas do jeito que elas realmente devem ser tocadas, então estou muito contente e ansioso pelo show”.
Apesar dos fãs famosos, como Ney Matogrosso, o jornalista Cadão Volpato, o poeta Eucanaã Ferraz (que comparou Capucho a Tom Waits e Leonard Cohen), o compositor Pedro Luis, o crítico Tárik de Souza, ou os músicos Wado, Daúde e Rogerio Skylab, entre muitos outros, Luis Capucho segue trajetória de maldito, pouco conhecido do grande público, tocando em poucos lugares e com pequeno destaque na mídia. “Na verdade, eu falo para todo mundo. Minhas músicas ou livros não são direcionados. E por conta do modo como as coisas se dão socialmente, meu público ficou mais selecionado. Mas cada um na sua, tem pra todo mundo”, diz Capucho. O público limeirense vai ter a oportunidade única de conferir a poesia dolorosa e maldita de Luis Capucho no dia 25.
A iniciativa é da MaBê Cultural Produções com apoio da empresa Vegas Card, do coletivo Limeira Colorida e da USTL – União Sindical dos Trabalhadores de Limeira.
✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.