Seleção de basquete fica fora da Olimpíada após 28 anos
Com a derrota para a Austrália, por 86 a 72, a equipe nacional perdeu sua última chance de obter vaga na Olimpíada de Tóquio 2020
Pela primeira vez desde 1992, a seleção brasileira feminina de basquete está fora de uma edição dos Jogos Olímpicos. Com a derrota no domingo (9) para a Austrália, por 86 a 72, a equipe nacional perdeu sua última chance de obter vaga na Olimpíada de Tóquio 2020.
Vencer as atuais vice-campeãs mundiais tornou-se obrigação após as derrotas para Porto Rico, na estreia do Pré-Olímpico disputado em Bourges, na França, e para as anfitriãs do torneio classificatório. As 3 melhores seleções das 4 participantes carimbaram a presença no Japão.
Diante das favoritas australianas, as brasileiras mantiveram o placar próximo durante boa parte do jogo e chegaram a passar à frente no terceiro quarto, mas sucumbiram na última parcial.
Damiris Dantas, com 21 pontos, Tainá Paixão, com 20, a pivô Erika, com 17 pontos e 9 rebotes, além de Débora Costa, com 10 assistências, se destacaram pela equipe do Brasil. A Austrália, porém, tinha Liz Cambage, uma das melhores jogadoras do mundo na atualidade, que fez 29 pontos.
A seleção feminina brasileira foi ao pódio olímpico nos Jogos de Atlanta-1996 (prata) e Sydney-2000 (bronze).
Após perder todas as partidas da fase de grupos na Olimpíada do Rio, em 2016, e nem se classificar para a última Copa do Mundo da modalidade, em 2018, a disputa por vaga nos Jogos de Tóquio parecia mesmo uma missão distante das possibilidades brasileiras.
A recuperação sob o comando do técnico José Neto, que assumiu o cargo em junho de 2019, começou em agosto, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, quando o Brasil conquistou uma surpreendente medalha de ouro –a primeira no evento desde 1991. Na final, bateu um time reserva dos EUA.
Ainda no ano passado, elas terminaram na terceira posição na AmeriCup (derrotadas nas semifinais pelo Canadá) e bateram Argentina e Colômbia no Pré-Olímpico regional para chegar ao classificatório internacional de Bourges.
Tudo parecia bem encaminhado para a redenção, não fosse a derrota inesperada na estreia. Nos últimos 8 confrontos contra Porto Rico antes do Pré-Olímpico, as brasileiras haviam vencido 6. Diante de francesas e australianas, já eram esperadas grandes dificuldades.
Dessa forma, a tão esperada tentativa reconstrução do basquete feminino brasileiro está mesmo adiada para o ciclo olímpico dos Jogos de Paris-2024. Ainda não se sabe se com o comando de José Neto, que não deu declarações concretas sobre seu futuro à frente da equipe nacional.
“Se você avaliar o resultado, é muito ruim. O Brasil ficou fora da Olimpíada. Se você avaliar o trabalho, vê que a gente merecia. Fico triste por mim, pelas meninas. Vim para ajudar e acho que consegui ajudar a chegar até esse ponto, mas cheguei no limite”, afirmou o treinador ao SporTV após a despedida do torneio.
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