Venda de hortifruti em supermercados em SP só será normalizada na semana que vem
O abastecimento foi prejudicado pelo alagamento da Ceagesp devido às chuvas do início da semana
Os supermercados da capital só deverão ter as gôndolas de frutas, verduras e legumes reabastecidas normalmente a partir da semana que vem, segundo a associação do setor.
O abastecimento foi prejudicado pelo alagamento da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) devido às chuvas do início da semana. O alagamento no entreposto causou a perda de 7.000 toneladas de alimentos.
“Até domingo (16), 80% [deve estar normalizado]. A partir de segunda (17), tudo já volta ao normal”, afirmou o presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Ronaldo dos Santos.
Nesta semana, os supermercados que não puderam ser abastecidos estão trabalhando com seus estoques. Por causa disso, clientes encontram menos ofertas de produtos nas gôndolas de alguns estabelecimentos.
Segundo o presidente da Apas, apesar de o reabastecimento de frutas, verduras e legumes começar nesta quinta, a normalização dos estoques vai demorar um pouco mais.
Após dias fechada para a retirada dos alimentos perdidos no alagamento e limpeza do local, a Ceagesp reabriu os portões para carga e descarga de produtos nesta quarta (12), às 14h, para a retomada das atividades.
A previsão da companhia era a de manter os portões abertos até às 20h, reabri-los à 0h desta quinta (13) e permanecer assim durante as próximas 24 horas, para que o abastecimento se normalize.
Parte dos caminhões que quebraram por conta do alagamento ainda esperavam, na tarde desta quarta, para serem removidos, enquanto outros, carregados de mercadorias, chegam ao local para descarregar os produtos.
“Ainda tem muito caminhão quebrado. Os abastecimentos já começaram a serem feitos e a limpeza já foi feita, mas acho que só amanhã (quinta) vou conseguir abastecer o caminhão (com produtos)”, afirmou o caminhoneiro autônomo Edmilson Coutinho Júnior, 38.
De acordo com lojistas do Mercado Municipal de Pinheiros (zona oeste da capital), alguns produtos já estavam em falta, mas fornecedores estavam à postos no entreposto para adquirir os produtos que chegavam.
“Desde segunda-feira (10) não conseguimos produtos no Ceasa (Central Estadual de Abastecimento) e isso afetou a parte de legumes e algumas frutas. Na hora do almoço o comprador já conseguiu algumas coisas e, no final da tarde, o pessoal de legumes também conseguiu receber e carregar (os caminhões)”, disse Juliana Rodrigues de Oliveira Sales, proprietária da Julia Horti Frutas, do Mercadão de Pinheiros.
Segundo ela, talvez o estoque de algumas frutas cítricas, cujo carregamento costuma vir do norte do país, ainda demore um pouco para normalizar. “Ainda não dá para ter certeza, precisamos ver os produtos que conseguimos. A expectativa é que 90% já esteja reabastecido até o final de quinta-feira”, disse.
Na rede Sacolão, funcionários relatam que a falta de produtos entre segunda e quarta-feira só não aconteceu porque as lojas trocavam mercadorias entre si e contavam com outras opções para reabastecimento.
O mesmo aconteceu nas lojas Natural da Terra, que contaram com fornecedores independentes do entreposto.
De acordo com Alexandre dos Santos, proprietário da Distribuidora de Pescados Nossa Senhora de Fátima, no Mercadão de Pinheiros, ainda que a área de pescados não tenha sido afetada pela enchente, a falta de acesso à Ceagesp atrapalhou seus estoques.
“As câmaras com os pescados não foram atingidas (no entreposto). Mas com todo esse caos, também não conseguimos comprar os peixes. Espero que amanhã tudo volte ao normal, porque, se não voltar, já não terei mais os peixes de maior venda do dia”, afirmou.
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