Erika Moura, a Globeleza, diz que Carnaval não é para objetificar a mulher
Dona do título há seis anos, Erika Moura, 27, veste fantasias feitas a partir de materiais reciclados e reutilizados
Seguindo a tendência da sustentabilidade no Carnaval, pela qual foliões adotam confetes ecológicos, glitter comestível e penas sintéticas, a Globeleza deste ano está diferente. Dona do título há seis anos, Erika Moura, 27, veste fantasias feitas a partir de materiais reciclados e reutilizados, como acetato de garrafas pet, rolos de papel higiênico e latinhas.
“Participar da vinheta deste ano foi ainda mais divertido. O figurino trazer essa conscientização do cuidado com o futuro e com o meio ambiente também me alegrou muito, já que fui professora de educação ambiental”, conta.
De um tempo para cá, a Globo tenta reposicionar a Globeleza como um símbolo do Carnaval popular, distanciando a imagem de símbolo sexual representada por Valeria Valenssa nos anos 1990. Depois de aparecer com o corpo coberto apenas com tinta em 2015, Erika passou a receber figurinos com mais pano.
“Ser representante do Carnaval Globeleza é uma honra para mim, pela responsabilidade de levar o encantamento que essa festa cultural representa. Lido com naturalidade e com leveza. Tenho o samba na vida com muito carinho e faço o que amo, que é dançar. Nunca me senti objetificada. Nem durante a gravação nem pelo público.”
Para ela, a remodelação da campanha vem ao encontro das transformações no próprio Carnaval brasileiro, seja nos blocos de rua, no sambódromo ou em festas. “A questão de respeito ao corpo da mulher e a discussão sobre sustentabilidade são muito importante e vêm ganhando voz. O Carnaval não é uma festa para objetificar a mulher, mas sim para conscientizar, contar histórias e enriquecer as pessoas com a cultura carnavalesca.”
Na vinheta deste ano, inclusive, Erika aparece cercada de crianças, com figurinos mais cheios e fechados, que representam os diversos folclores do país, como os trajes tradicionais do maracatu, do afoxé, do frevo e do samba das escolas.
“A vinheta sempre teve seu conceito. Cada vinheta conta uma história, nunca vi apenas um corpo pintado. Os traços tinham um enredo e o mesmo acontece agora. Cada uma teve seu momento de representar lindamente o Carnaval Globeleza, não faço comparações”, diz Erika.
Madrinha da campanha TV Digital, realizada pela emissora há cerca de três anos, ela pode ver de perto a diversidade cultural que hoje representa. “Foi bem legal, porque pude viajar pelo Brasil, levando informações para todos. Amo viajar e sempre que posso me programo com meu namorado para conhecer as maravilhas do nosso Brasil”, conta.
Se depender dela, o posto de Globeleza estará em boas mãos por quantos anos forem precisos. “Espero que isso se estenda por mais tempo.”
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