Jovem é encontrado morto em trilhos de trem após bloco, e família contesta versão de suicídio
O advogado da família, Alexandre Imbriani, diz que a CPTM ainda não disponibilizou imagens de câmeras de segurança
Um jovem de 18 anos foi encontrado morto nos trilhos da estação Barra Funda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) no último sábado (22). O caso foi registrado como suicídio, mas a família contesta a versão.
Victor Augusto Espedito Silva Gomes havia participado mais cedo de um bloco de Carnaval na rua Marquês de São Vicente, na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, com amigos e uma prima. Ele era morador do Sacomã, na zona sul, e saía pela primeira vez para curtir a folia.
O corpo foi encontrado por volta das 18h na altura do km 3, sentido estação Júlio Prestes, com “múltiplas fraturas”, segundo informações que constam no boletim de ocorrência.
A família, que estava em Minas Gerais, só o localizou no domingo à noite, no IML (Instituto Médico Legal) –o jovem estava sem documentos de identificação.
Antes, haviam registrado um boletim de ocorrência de desaparecimento. O instituto afirmou que a morte foi causada por politraumatismo, segundo parentes.
O enterro foi realizado na segunda (24), no cemitério da Vila Formosa, na zona leste. Haverá uma missa neste sábado (29), às 16h, no Santuário Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga.
O pai de Victor, o supervisor financeiro Fabiano Barreto, 39, conta que uma colega do filho relatou que o jovem teve o celular roubado e decidiu ir atrás de quem acreditava ser a assaltante, uma mulher. Deixou a mochila com a garota e não foi mais visto.
Uma outra testemunha, segundo Barreto, que estaria na estação na hora do crime e foi localizada por meio de uma rede social, contou que viu o rapaz ser agredido por um grupo de cerca de cinco pessoas e empurrado nos trilhos.
Teria chamado um segurança da estação, já que não havia nenhum no local na hora, mas já era tarde. O trem, contou também, não teria atropelado Victor. A pessoa ainda não prestou depoimento na polícia porque seria alvo de ameaças, diz Barreto.
O advogado da família, Alexandre Imbriani, diz que a CPTM ainda não disponibilizou imagens de câmeras de segurança que possam ajudar a elucidar o caso.
O jovem havia completado 18 anos em janeiro, trabalhava em uma empresa fabricante de eletrodomésticos e prestaria vestibular nesta semana para cursar administração em uma faculdade privada junto do pai.
“Tenho a convicção de que meu filho jamais cometeria suicídio”, diz o pai. “Era um rapaz muito família e feliz, com muitos amigos. Não era amargurado.”
Victor deixa os pais e dois irmãos, de 6 e 2 anos.
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que o caso foi registrado como suicídio pelo 91° DP (Vila Leopoldina) e encaminhado para a Delpom (Delegacia do Metropolitano), que apura o caso. Serão ouvidas testemunhas e analisadas imagens de câmeras de segurança e laudos periciais.
A pasta explica que a natureza da ocorrência pode ser alterada no decorrer das investigações, sem prejudicar as apurações.
A reportagem questionou a CPTM sobre o incidente, mas ainda não obteve retorno.
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