Igreja batista de São Paulo suspende culto presencial e o transmite pela internet
"A fé não imuniza, precisamos nos cuidar", diz o pastor Ed René Kivitz durante o culto na Ibab (Igreja Batista da Água Branca), na zona oeste de São Paulo
“A fé não imuniza, precisamos nos cuidar”, diz o pastor Ed René Kivitz durante o culto na Ibab (Igreja Batista da Água Branca), na zona oeste de São Paulo. Pela primeira vez em 30 anos como pastor, Kivitz fez um culto vazio neste domingo (15), por conta do coronavírus.
O Agora acompanhou a reunião das 9h que contava apenas com o pastor, 12 músicos da banda da igreja e alguns técnicos que transmitiram o culto pelo canal do YouTube da igreja. A reportagem checou que no momento da pregação do pastor mais de 2.800 pessoas acompanhavam ao vivo a transmissão. Já no local, o auditório imenso estava completamente e estranhamente vazio.
A reunião foi gravada e reprisada ás 11h30 e as 19h no canal da igreja que, normalmente, recebe 6.000 pessoas por domingo, distribuídas em três reuniões com 2.000 pessoas.
“Esse domingo está sendo atípico. Pela primeira vez, não podemos nos encontrar e nos abraçar pessoalmente. Mesmo com auditório vazio, temos que lembrar que somos uma comunidade. Precisamos cuidar um dos outros. A fé não nos imuniza, ela nos responsabiliza. Não é porque temos fé que precisamos entrar em uma bolha. Procurem fontes confiáveis de informações sobre o coronavírus e cuidem-se”, disse o pastor durante o culto.
Kivitz, que é acostumado a fazer vídeos e transmissão de outros cultos pela internet relevou que durante a pregação procurou não pensar que estava em um lugar vazio e sim conversando com aqueles que em assistiam de casa.
“Sei que as instituições têm medo que os locais não sejam frequentados e que se perca receita ou a frequência, mas precisamos pensar na pandemia do vírus e em como podemos nos esforçar para que ela tenha o menor dos efeitos nas nossas cidades. Sou a favor do culto vazio enquanto não formos liberados pelos autoridades, profissionais de saúde e cientistas.”
O culto foi assistido pelo engenheiro Hécio Caldas, 70 anos, e pela professora Roseli Caldas, 64 anos. “A gente tem que fazer a lição de casa. Se não dar para ir até a igreja, assistiremos dentro de casa mesmo. É importante pensar na gente e no coletivo. Já estamos alterando nossas vidas para prevenir o coronavírus, além do álcool gel (que oferecemos para o fotografo), estamos cuidando da saúde e evitando sair de casa”, diz Caldas.
Para a professora Roseli é fundamental que as igrejas e outras instituições pensem no contexto social que estamos vivendo por conta da pandemia. “A igreja precisa pensar na sociedade e conversar isso com seus fieis. Mesmo que não seja fisicamente, é importante pensar em alternar a rotina das pessoas e nos ajudar”.
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