Após Moro divulgar conversas, Bolsonaro diz que o apoiou no vazamento de mensagens da Lava Jato
Presidente comparou a apresentação voluntária de mensagens pelo ministro à imprensa ao episódio dos vazamentos de diálogos de membros da força da tarefa
Após Sergio Moro divulgar troca de mensagens com Jair Bolsonaro, o presidente afirmou neste sábado (25) que apoiou o ex-ministro no episódio do vazamento de mensagens da Lava Jato.
O presidente comparou a apresentação voluntária de mensagens pelo ministro à imprensa ao episódio dos vazamentos de diálogos de membros da força da tarefa da Lava Jato sem o consentimento de Moro ou outros membros do grupo.
O presidente compartilhou em suas redes sociais uma imagem acompanhada de um texto.
“A Vaza Jato começou em junho de 2019. Foram vazamentos sistemáticos de conversas de Sergio Moro com membros do MPF. Buscavam anular processos e acabar com a reputação do ex-juiz. Em julho, PT e PDT pediram prisão dele. Em setembro, cobravam o STF. Bolsonaro no desfile do dia 7 fez isso”. A imagem anexada ao texto mostra o presidente ao lado de Moro, colocando a mão no ombro do então ministro.
Nesta sexta-feira (25), Moro mostrou troca de mensagens que indicam que o presidente queria substituir a direção-geral da Polícia Federal, entre outros motivos, devido ao inquérito das fake news que corre no STF (Supremo Tribunal Federal) e que teria como alvo deputados bolsonaristas.
As mensagens foram apresentadas por Moro ao Jornal Nacional, da TV Globo. A reportagem também obteve acesso às conversas após a divulgação pela emissora. Moro mostrou ao telejornal uma troca de mensagens por aplicativo em que Bolsonaro lhe envia uma matéria do site O Antagonista intitulada “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”.
Em seguida, o mandatário escreve: “Mais um motivo para a troca”, se referindo à sua intenção de tirar Maurício Valeixo do comando da corporação. O inquérito citado pela reportagem do site foi aberto para apurar fake news e ameaças contra integrantes da corte.
Ainda segundo as mensagens, Moro responde a Bolsonaro argumentando que a investigação não tinha sido pedida por Valeixo. “Este inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre [de Moraes] no STF. Diligências por ele determinadas; quebras por eles determinadas; buscas por ele determinadas. Conversamos em seguida às 9h”, referindo-se a uma reunião que teria com Bolsonaro na manhã de quinta (23).
Em junho de 2019, o site The Intercept Brasil divulgou mensagens que mostravam colaboração entre o então juiz Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol quando ambos integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato. Bolsonaro apoiou Moro após a divulgação das mensagens. Inicialmente, o presidente manteve silêncio sobre as revelações, mas depois se manifestou em defesa do ministro, dizendo que o legado do trabalho feito por Moro na Lava Jato não tinha preço.
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