Em cirurgia de uma hora e meia, médicos retiram cálculo da bexiga de Bolsonaro
Em boletim divulgado no final da tarde, hospital Albert Einstein declarou que o presidente está em uso de uma sonda vesical, "apresenta ótima evolução clínica" e "segue sem intercorrências"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), 65, foi submetido nesta sexta-feira (25) a uma cirurgia para a retirada de um cálculo na bexiga. O procedimento foi realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, embora, no início da semana, a previsão era que a cirurgia ocorresse em outro hospital, o Vila Nova Star, da Rede D’Or São Luiz, também na capital paulista.
Segundo o hospital, o “procedimento foi realizado sem intercorrências“, com duração de uma hora e meia, e o cálculo foi totalmente removido. No momento, diz a nota do final da manhã, o “presidente encontra-se estável clinicamente, afebril e sem dor”.
Em boletim divulgado no final da tarde, o hospital declarou que o presidente está em uso de uma sonda vesical, “apresenta ótima evolução clínica” e “segue sem intercorrências”. Bolsonaro iniciou dieta oral e caminhou pelo quarto.
A previsão é que o presidente volte a Brasília já neste sábado (26).
Bolsonaro anunciou no início deste mês, em conversa com um grupo de apoiadores, que faria a cirurgia. Na frente do Palácio da Alvorada, ele disse que tinha o cálculo, “maior do que um grão de feijão“, há mais de cinco anos, após uma apoiadora perguntar se o presidente estava bebendo mais água.
“Eu não estou com cálculo renal, não. Este cálculo aqui é de estimação. Eu tenho há mais de cinco, maior do que um grão de feijão. E resolvi tirar porque deve estar aí ferindo internamente a bexiga”, disse na ocasião.
Na quinta-feira (24), Bolsonaro teve agendas na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e na Polícia Rodoviária Federal, no Rio de Janeiro. De lá, ele seguiu para São Paulo.
Segundo o governo, Bolsonaro retomará sua agenda de trabalho na próxima segunda-feira (28), quando está prevista uma reunião para definir a proposta que o Executivo apresentará ao Congresso para criar um novo imposto nos moldes da antiga CPMF, no âmbito da reforma tributária.
O presidente já passou por quatro cirurgias em dois anos. A primeira foi realizada quando, ainda candidato ao Palácio do Planalto, ele sofreu um atentado a faca durante caminhada de campanha em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018.
Dias depois, em 12 de setembro, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emergência no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde foi transferido um dia após o atentado.
O resultado de uma tomografia levou a equipe médica a fazer um novo procedimento, no qual foram retiradas aderências que obstruíam o intestino delgado do paciente.
Já como presidente, em janeiro de 2019, Bolsonaro fez mais uma intervenção cirúrgica, com sete horas de duração, para retirada da bolsa de colostomia.
A cirurgia mais recente foi realizada em 8 de setembro do ano passado, quando médicos corrigiram uma hérnia na região do abdômen em decorrência das múltiplas incisões feitas no local.
Em julho deste ano, o presidente afirmou que havia contraído o novo coronavírus, após realizar um exame. “Estou perfeitamente bem”, afirmou ao anunciar o resultado positivo.
Bolsonaro decidira realizar o teste após apresentar sintomas leves de covid-19: febre baixa e tosse. Na ocasião, em nota, a assessoria do Palácio do Planalto disse que Bolsonaro mantinha “bom estado de saúde”.
O presidente costuma exaltar com frequência suas condições físicas.
Em março, durante um pronunciamento na televisão, disse que, pelo seu “histórico de atleta”, se fosse contaminado pelo coronavírus não precisaria se preocupar porque “nada sentiria ou seria acometido, quando muito, de uma gripezinha ou resfriadinho”.
Ele voltou ao assunto em outras vezes, como no dia 24 de agosto, em um evento sobre a doença. “O pessoal da imprensa vai para o deboche [na frase do histórico de atleta]. Mas quando [a Covid] pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é menor”, afirmou.
AS CIRURGIAS DO PRESIDENTE
Em três anos, Jair Bolsonaro foi submetido a cinco intervenções médicas: de uma correção de hérnia no abdômen à retirada de um cálculo da bexiga.
6 de setembro de 2018: Facada
O presidente foi submetido a uma cirurgia de emergência após sofrer uma facada enquanto fazia campanha eleitoral na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Bolsonaro recebeu quatro bolsas de sangue e precisou usar uma bolsa de colostomia.
12 de setembro de 2018: Obstrução
Dias após a primeira cirurgia, um exame de imagem mostrou que se formou uma obstrução no intestino do presidente. Em São Paulo, Bolsonaro foi submetido a um novo procedimento cirúrgico para a retirada das regiões de aderência.
28 de janeiro de 2019: Bolsa
Já no comando do Palácio do Planalto, o presidente realizou uma nova cirurgia, também em São Paulo, para a retirada da bolsa de colostomia colocada após a facada. No procedimento, a ponta do intestino grosso foi religada ao intestino delgado.
8 de setembro de 2019: Hérnia
Por conta das incisões na região do abdômen, o presidente teve de ser submetido a uma nova cirurgia, realizada também em São Paulo, para a correção de uma hérnia que se formou na região.
25 de setembro de 2020: Bexiga
O presidente foi submetido a uma nova cirurgia para a retirada de um cálculo na bexiga. O procedimento, realizado também em São Paulo, não teve cortes e foi feito a laser.
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