Dirigentes conversam com CBF para volta gradual do futebol
Clubes querem começar a planejar um protocolo para a volta gradual do futebol, interrompido em todo o país no mês passado por causa da pandemia do coronavírus
Dirigentes dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro vão se reunir por teleconferência com a CBF nesta terça-feira (7). A pauta oficial da conversa é a negociação de direitos internacionais. Mas há outro assunto que será conversado, segundo apurou a reportagem.
Os clubes querem começar a planejar um protocolo para a volta gradual do futebol, interrompido em todo o país no mês passado por causa da pandemia do coronavírus.
Executivos e cartolas disseram à reportagem que há uma série de ideias colocadas sobre a mesa para serem debatidas. Mas datas, não. O consenso é que isso só poderá ser colocado em prática quando o avanço do vírus for contido no Brasil. Mesmo assim, ninguém quer que os estaduais sejam abandonados.
Segundo as pessoas ouvidas, estaduais e torneios regionais são competições ideais para a volta gradual do futebol. Com portões fechados e com transmissão de emissoras de TV. Há ansiedade pelo retorno por causa das rendas dos pequenos e do dinheiro de televisionamento dos grandes. Em São Paulo, por exemplo, a Globo não pagou a última parcela dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista.
Foram apresentadas propostas para a continuidade das competições nos estados, que serviriam para facilitar a retomada das partidas e para minimizar a possibilidade de espalhar o vírus. Uma delas é a realização dos jogos com os portões fechados. Com os jogadores no mesmo local, testes seriam feitos para saber se algum deles está infectado. O mesmo poderia ocorrer com a arbitragem e integrantes da imprensa.
Como os jogos serão dentro do mesmo estado, não haveria necessidade de viagens de avião. A depender da distância, as equipes poderiam abolir a concentração e fazer com que os atletas se desloquem até o local da partida em seus carros próprios.
A ideia tem contratempos óbvios. É possível manter os atletas distantes, menos na hora do jogo, em que eles teriam contato físico inevitável.
O cerne da proposta é que o futebol volte primeiro nos estados para ganhar tempo antes do Brasileiro, em que os voos serão necessários. A preocupação maior é com os torneios continentais como a Libertadores, já que as realidades dos países são diferentes e o tempo para se livrar do vírus poderá variar de forma significativa.
A reunião por vídeo vai acontecer um dia após a CBF anunciar apoio financeiro para as equipes das Séries C e D do Campeonato Brasileiro e para as duas divisões do torneio feminino. A entidade estima que vai destinar R$ 19 milhões para as agremiações. Cada clube receberá o equivalente a duas vezes a folha salarial média dos atletas de sua divisão.
Cada time da Série C terá direito a R$ 200 mil e os da D, a R$ 120 mil, mesmo valor da elite do futebol feminino. Os times da Série A2 do futebol feminino receberão R$ 50 mil cada. As federações estaduais terão depósito de R$ 120 mil cada uma.
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