Santos respeita fim de contrato com Robinho para selar acordo por dívida
Clube pagaria, ainda nesta semana, R$ 900 mil para iniciar a quitação de uma dívida antiga com o jogador
A atual gestão do Santos reformulou o acordo que o ex-presidente Orlando Rollo havia concretizado com Robinho. Neste trato, o clube pagaria, ainda nesta semana, R$ 900 mil para iniciar a quitação de uma dívida antiga com o jogador. O atual mandatário Andres Rueda, no entanto, conseguiu convencer o atacante a receber essa quantia apenas em setembro. O total dos débitos é de cerca de R$ 2 milhões -o restante, R$ 1,1 milhão, seria pago por meio de parcelas mensais.
Setembro é a previsão de Rueda para que o Santos esteja melhor financeiramente. O dirigente pretendia rescindir com Robinho logo em janeiro, quando assumiu oficialmente a presidência, mas os custos para terminar o contrato seriam relevantes. Dessa forma, segundo apurou o UOL Esporte, a decisão foi de esperar o fim do vínculo, que se encerra no domingo (28).
Em dezembro, logo após ser eleito, Rueda afirmou que não contava mais com os serviços do jogador, condenado a nove anos de prisão por estupro coletivo na Itália.
“A apelação dura um ano, não podemos ficar amarrados sob absolvição ou não. Para mim, assunto está encerrado a partir do momento que ele foi condenado em segunda instância. Para poder recorrer é um ano. Situação ruim para jogador, clube, torcida. Não deu, não deu. Paciência, uma pena”, disse Rueda, em entrevista coletiva logo após ser eleito presidente do Santos.
A dívida de R$ 2 milhões é referente a débitos passados, de outras passagens do atacante pelo Santos. A quantia seria diluída durante a remuneração de seu atual contrato. Mas, com o jogador afastado, o plano precisou ser rediscutido.
Robinho havia fechado com o Santos em outubro de 2020, mas teve seu contrato suspenso após ameaça de ruptura por patrocinadores devido à repercussão negativa do avanço do caso nos tribunais italianos. O time afirmou que aguardaria o novo julgamento de segunda instância, que ocorreu em dezembro e terminou com a confirmação da condenação.
JUSTIÇA ITALIANA
A corte de apelação da Justiça italiana reafirmou a condenação em segunda instância de Robinho e de seu amigo Ricardo Falco a nove anos de prisão por estupro coletivo de uma jovem albanesa de 23 anos na madrugada de 22 a 23 de janeiro de 2013, em uma boate de Milão chamada Sio Café – na época, o brasileiro atuava pelo Milan. A defesa do brasileiro, então, apelaria à Corte de Cassação, a terceira instância italiana.
“[Foi] Uma investigação bem feita, de modo sério, com uma sentença de primeiro grau correta. Profissionalmente, estou muito satisfeito, principalmente pela vítima”, disse Cuno Tarfusser, procurador do Ministério Público que atuou no caso em segunda instância.
Em novembro do ano passado, antes da condenação em segunda instância, o UOL Esporte entrevistou o atacante por 40 minutos, e ele afirmou à reportagem que não estava presente para testemunhar a ação pela qual é condenado.
Robinho afirmou que ficou sabendo do ocorrido apenas no dia seguinte.
“Meus amigos me contaram no outro dia que, com consentimento da garota, ficaram com ela, se relacionaram sexualmente porque ela quis. E que eles saíram daquela discoteca junto com a mesma garota e foram para outra discoteca”, disse.
Franco Moretti, advogado italiano do atacante, disse que não existem provas de que a vítima estava em condição de inferioridade psíquica e física. A defesa do brasileiro apelou também para o fato de que traduções de conversas interceptadas pela polícia, as principais provas reunidas nos autos, teriam sido feitas de modo incorreto
Já o procurador Cuno Tarfusser disse que os fatos são indiscutíveis: que três garotas foram a uma casa noturna em Milão e, quando chegaram, se juntaram aos brasileiros, que certamente a garota bebeu, que duas delas deixaram o local e a vítima ficou sozinha; que entre 40 e 50 minutos os brasileiros tiveram relação sexual com essa garota e que essa relação aconteceu no camarim da boate.
ACORDO COM O ATLÉTICO-MG
O Santos não é o primeiro clube brasileiro que negocia dívidas antigas com Robinho. Em janeiro, o Atlético-MG e o atacante selaram acordo na Justiça do Trabalho por débitos no valor de R$ 4,35 milhões referentes a encargos trabalhistas gerados no período em que o atleta vestiu a camisa do Galo, entre fevereiro de 2016 e dezembro de 2017. O valor foi parcelado em 35 vezes.
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