‘Nada foi cumprido’, diz presidente da Anvisa sobre protocolos de covid para a seleção argentina
Estrangeiros que cheguem do Reino Unido, Índia e África do Sul precisam fazer quarentena; de acordo com o diretor-presidente, os 4 jogadores mentiram que não passaram por esses locais
O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, afirmou na tarde deste domingo (5) que nenhuma orientação da agência foi cumprida pela Argentina durante a preparação para o jogo contra Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Em entrevista à TV Globo, que transmitiu a interrupção da partida, Barra Torres explicou o que aconteceu até a entrada de agentes da agência em campo. Quatro jogadores não poderiam estar no estádio.
“Tudo aquilo que a Anvisa orientou desde o primeiro momento não foi cumprido. Quando a situação foi identificada, os jogadores tiveram a opção de serem isolados no hotel para aguardar serem deportados. (…) Isso não foi cumprido, eles se deslocaram até o estádio e entram em campo. É uma sequência de descumprimento das nossas orientações”, disse.
Barra Torres cita um parecer em vigor que exige quarentena de estrangeiros que cheguem do Reino Unido, Índia e África do Sul. De acordo com o diretor-presidente, os 4 jogadores mentiram que não passaram por esses locais, mas a agência constatou nos passaportes o carimbo do Reino Unido há menos de 14 dias. Ou seja: eles passaram por lá.
No início da tarde, a Anvisa chegou a emitir um comunicado no qual apontou “risco sanitário grave, e por isso orientou às autoridades em saúde locais a determinarem a imediata quarentena dos jogadores, que estão impedidos de participar de qualquer atividade e devem ser impedidos de permanecer em território brasileiro”.
Por volta dos cinco minutos de jogo, agentes da Anvisa entraram no gramado da Neo Química Arena e interromperam, com objetivo de impedir que os quatro jogadores disputem o confronto. Diante da intervenção com a bola rolando, a seleção argentina deixou o campo e foi para o vestiário.
Em entrevista à CNN Brasil, Barra Torres disse que a sucessão de erros configura infração sanitária e gera deportação imediata. De acordo com o diretor-presidente, a única autoridade brasileira autorizada a atuar nesses casos é a Anvisa.
“Desconheço acordos de outras autoridades que tenham autoridade na área sanitária. Não tenho conhecimento de outro tipo de liberação. Estamos agindo no ato da nossa competência com bastante serenidade”, afirmou.
Barra Torres explicou a gravidade do problema: “Nós estamos diante de uma sequência de descumprimento de regramento sanitário nacional, durante uma pandemia, com a vigência de variantes cada vez mais preocupantes que surgem. Essa sequência de atos precisa cessar, é importante que prevaleça o regramento sanitário e a lei brasileira”.
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