Usamos cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Campeão do mundo, Luiz Adriano quer acertar contas com a Libertadores

Entre um gol e outro, há uma lacuna que o agora jogador do Palmeiras poderá enfim preencher. Apesar de campeão do mundo, Luiz Adriano, 33, ainda não foi campeão da Copa Libertadores


Por Folhapress Publicado 27/01/2021
Foto: César Greco/SE Palmeiras

Luiz Adriano marcou apenas dois gols com a camisa do Internacional na carreira. O segundo deles, suficiente para eternizá-lo na história do clube. Foi na semifinal do Mundial de 2006, contra o Al Ahly (EGI), que valeu o triunfo por 2 a 1 no jogo prévio à consagração colorada diante do Barcelona (ESP), em Tóquio.

O primeiro gol do atacante pelo Inter, que talvez nem os mais fanáticos torcedores lembrem, aconteceu em janeiro daquele ano. Em sua estreia na temporada, a equipe de Abel Braga venceu o Sport Club Gaúcho pelo placar de 3 a 1, no Beira-Rio. Luiz Adriano entrou na etapa final e marcou o terceiro.

Entre um gol e outro, há uma lacuna que o agora jogador do Palmeiras poderá enfim preencher. Apesar de campeão do mundo, Luiz Adriano, 33, ainda não foi campeão da Copa Libertadores.

Uma conta pendente que os palmeirenses torcem para ele acertar consigo mesmo no próximo dia 30, contra o Santos, no Maracanã. Revelado pelo Internacional, o atacante era um dos destaques da base colorada e foi incorporado ao elenco profissional por Abel Braga no início de 2006. A concorrência no ataque, porém, era grande. O grupo tinha Fernandão, Iarley, Rafael Sobis e Rentería. Abel acabou deixando Luiz Adriano fora dos inscritos na Libertadores.

Sem poder disputar o torneio continental, o atleta reforçou a equipe sub-20 que disputaria o Campeonato Brasileiro da categoria no primeiro semestre. O Inter foi campeão da competição, e Luiz Adriano anotou duas vezes na goleada por 4 a 0 sobre o Grêmio na final.

Depois que os gaúchos confirmaram o título da América, Luiz Adriano passou a ser utilizado no time principal em jogos do Nacional, que serviram de preparação para o Mundial de Clubes no fim do ano.

“O nome do Luiz Adriano estava sempre em evidência. Tinha ele e o Pato, os principais jogadores da base, e já existia essa questão de subi-los para o time principal. A base ficou pequena para eles. Com a lesão do Rentería [antes do Mundial], ele ganhou muito mais força”, lembra Iarley, seu colega no Internacional, em entrevista à Folha.

Em Tóquio, o jovem jogador, então com 19 anos, marcou o segundo no triunfo diante do Al Ahly e participou do gol de Adriano Gabiru, contra o Barcelona. Na final, Luiz Adriano ganhou de cabeça no meio de campo e a bola sobrou para Iarley, que serviu Gabiru para marcar o gol do título mundial.

O cearense, que já havia chegado àquele torneio como campeão do mundo, pelo Boca Juniors, lembra de como Luiz Adriano, apesar da pouca idade, sentia menos tensão do que companheiros mais experientes.

“Ele sempre puxava as músicas, cantava dentro do ônibus antes dos jogos. A gente preocupado às vezes, eu particularmente, com o que eu ia falar para o grupo. E ele já entrava no ônibus batucando, com alegria. Entrávamos no embalo. O Luiz Adriano não ficava nervoso com nada, uma pedra de gelo.”

Em 2007, o atleta se transferiu para o Shakhtar Donetsk (UCR), onde atuaria na maior parte da carreira. Pelo clube ucraniano, foram 150 gols em 313 jogos, além de 11 títulos. O mais importante deles foi a conquista da Copa da Uefa na temporada 2008/2009, em que a equipe superou o Werder Bremen, com gols de Luiz Adriano e Jadson.

O início do atacante na Ucrânia, contudo, não foi simples. Com dificuldades para se adaptar, a frieza parece ter dado lugar a certa irritação, e o gaúcho cogitou deixar o país logo em sua primeira temporada.

“Ele comeu o pão que o diabo amassou, jogou no Shakhtar II (time B do clube). Ele disse que às vezes saía de casa só com o café da manhã e ficava assim o dia todo. Estava muito bravo, queria sair”, conta Ilsinho, ex-São Paulo e companheiro dele no Shakhtar.

“Mas teve um jogo específico, uma bola que ele dividiu com o goleiro, quase uma joelhada na cabeça, e inchou o rosto dele. Depois desse dia que ele bateu a cabeça, ele voltou outro jogador. Jogava todo mundo no alambrado, trombava com qualquer um. O Luiz não aparenta ser dos mais fortes, mas ele tem uma força física que poucos têm.”

Na Ucrânia, o porto-alegrense ampliou o seu repertório. Antes um jogador de velocidade pelos lados, Luiz Adriano aprendeu a reter a bola entre os zagueiros e a realizar as corridas em diagonal, o popular “facão” entre os boleiros. Uma gama de qualidades que ele, mais completo, exibe hoje no Palmeiras.

“No Leste Europeu o jogo é muito físico. Ou você gosta ou aprende a gostar. Eu sempre adorei jogar com ele porque ele fazia muito bem o pivô, encaixava no nosso jogo curto. Você podia jogar a bola perto dele que ele ia lutar com os zagueiros”, completa Ilsinho, que atualmente atua pelo Philadelphia Union, dos Estados Unidos.

Força e velocidade. Atributos que Luiz Adriano sintetizou com maestria no segundo gol da vitória sobre o River Plate (ARG) no jogo de ida da semifinal da Libertadores, em Avellaneda.

Pressionado pelo zagueiro Roberto Rojas, o palmeirense tirou o paraguaio com um giro de corpo e ganhou campo para correr. A arrancada desde a linha do meio de campo terminou com a finalização na saída de Armani. Gol do camisa 10, que mostrou a potência dos melhores 9.

Eliminado com a equipe nas quartas de final de 2019, o atacante, recém-contratado, disputou apenas as duas partidas contra o Grêmio naquela edição. Na atual campanha, pôde participar de toda a disputa e se consolidou como artilheiro do time ao lado de Rony, com cinco gols em seis jogos.

A busca, agora, é pela coroação no Maracanã. O carimbo para que Luiz Adriano não tenha, antes de viajar ao Qatar e voltar a um Mundial, nenhuma pendência a ser resolvida.

✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.