Grandes tentam manter domínio no Campeonato Paulista
Nas últimas duas edições da competição, os quatro grandes do estado não permitiram "intrusos" entre os semifinalistas
Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo não são só as quatro principais forças do Paulista na teoria. Eles têm confirmado na prática o domínio no Estadual, que começa nesta quarta-feira (22).
Nas últimas duas edições da competição, os quatro grandes do estado não permitiram “intrusos” entre os semifinalistas. A última vez que um deles ficou fora dessa fase foi em 2017, quando o Santos caiu precocemente e viu a Ponte Preta ocupar uma vaga ao lado de seus principais rivais.
Não era assim. Nos últimos 20 anos, somente em 2015, 2011, 2009 e 2000, além de 2018 e 2019, os quatro grandes chegaram às semifinais.
O levantamento considera os Paulistas desde o ano 2000, com exceção dos torneios de 2002, quando o quarteto não participou por disputar o Rio-São Paulo, e as edições de 2005 e 2006, que foram disputadas em pontos corridos.
De 2000 para cá, 18 clubes de fora do grupo chegaram à semifinal. Considerando as 17 edições analisadas, isso mostra que em média, a cada torneio um dos times grandes cedeu lugar a um pequeno.
Até 2012, por exemplo, seis edições tiveram pelo menos dois forasteiros na fase semifinal. Em 2004, houve inclusive uma final entre pequenos, com São Caetano e Paulista de Jundiaí decidindo o título –a equipe do ABC foi campeã.
A disputa de 15 anos atrás repetiu o que aconteceu em 1990, quando o Campeonato Paulista teve a chamada “final caipira” entre o Bragantino de Vanderlei Luxemburgo e o Novorizontino de Nelsinho Baptista – o clube de Bragança ficou com o título.
O recorte também mostra que as equipes menores não só encontraram espaço entre os grandes, como também alcançaram a final da competição em mais de uma ocasião.
O Botafogo-SP chegou à decisão em 2001, quando perdeu para o Corinthians; o São Caetano voltou a decidir o Paulista em 2007, ficando com o vice diante do Santos; a Ponte Preta, por duas vezes, ficou com o vice-campeonato, em 2008 e 2017, contra Palmeiras e Corinthians, respectivamente.
O Santo André foi vice-campeão estadual em 2010, contra o Santos, que também conquistou o título paulista sobre o Guarani, em 2012. Dois anos depois, o clube da Vila Belmiro seria vítima da maior zebra recente do Paulista, perdendo para o Ituano na decisão. Em 2016, o Santos decidiu o Estadual mais uma vez,e ficou com o título sobre o Audax.
Agora, em 2020, quem pinta como possível quinta força do estado de São Paulo é o Red Bull Bragantino. A parceria com a empresa de bebidas energéticas já funciona desde o ano passado, quando a equipe conquistou a Série B do Brasileiro, mas a partir deste ano os austríacos passaram a controlar também o departamento de futebol. “Nós queremos transformar o Red Bull Bragantino na quinta força do futebol paulista. E também em torcida, o mais rápido possível”, admite Thiago Scuro, executivo do clube.
Na atual temporada, o investimento da agremiação já passou dos R$ 50 milhões. Entre os reforços estão os atacantes Artur, ex-Palmeiras, e Alerrandro, ex-Atlético-MG.
Nesta temporada, o fato de os quatro grandes do estado estarem envolvidos na disputa da Libertadores pode ajudar os pequenos a se destacarem no Paulista. Atual tricampeão estadual, o Corinthians, por exemplo, já joga no próximo dia 5, contra o vencedor do duelo entre San José (BOL) e Guaraní (PAR), pela segunda fase do continental.
Caso se classifique, passará ainda pela terceira fase, prévia à fase de grupos, para a qual Palmeiras, Santos e São Paulo já estão classificados.
Por outro lado, apesar da menor importância dada ao Paulista em relação à Libertadores, a possibilidade do tetracampeonato seguido corintiano, feito só realizado pelo Paulistano há 101 anos, e o jejum de títulos no Estadual podem fazer com que os rivais do Corinthians se vejam pressionados por seus torcedores a dar mais atenção à competição.
O Palmeiras foi campeão pela última vez em 2008. Após conquistar o Brasileiro em 2018, o time alviverde terminou 2019 sem títulos e ainda passou por duas trocas de treinador (Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes caíram).
Já o São Paulo vive jejum ainda maior. Os tricolores não erguem a taça do Paulista desde 2005. Além da seca no torneio, o clube do Morumbi já está há oito anos sem ganhar nada. Sua última conquista foi a Copa Sul-Americana, em 2012.
O Santos não conquista o título paulista desde 2016, quando se consagrou bicampeão estadual. O clube da Vila Belmiro não vence outra competição desde 2012, quando venceu a Recopa Sul-Americana.
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