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Ronaldinho deve R$ 5,7 milhões em impostos de sítio em Porto Alegre

Com o acordo feito, Ronaldinho pagou algumas parcelas, mas atrasou outras e acrescentou ao montante devido impostos referentes aos anos de 2020 e 2021


Por Folhapress Publicado 31/10/2022
Ronaldinho deve R$ 5,7 milhões em impostos de sítio em Porto Alegre
Foto: Reprodução

Entre os cerca de 85 processos aos quais Ronaldinho responde, 30 deles se referem a dívidas de IPTU que o jogador acumulou ao longo dos últimos quatro anos. De acordo com a Prefeitura de Porto Alegre, um sítio no bairro da Restinga tem R$ 5,7 milhões em IPTU não pago desde 2018.


A Procuradoria Geral do Município é a responsável por mover as ações de execução contra Ronaldinho -uma execução acontece quando o devedor não paga sua dívida, e o credor entra na Justiça para conseguir o dinheiro. A cidade de Porto Alegre processou o atleta em 2019, quando chegou a um acordo em que Ronaldinho prometeu pagar R$ 7,49 milhões em cinco anos. Essa dívida era referente aos anos de 2018 e 2019.

Com o acordo feito, Ronaldinho pagou algumas parcelas, mas atrasou outras e acrescentou ao montante devido impostos referentes aos anos de 2020 e 2021. No total, o ex-jogador deve R$ 5.754.077,28.


Além do sítio na Restinga, Ronaldinho e seu irmão são donos de outro imóvel na cidade, esse às margens do lago Guaíba. Em 2018, o Ministério Público do Rio Grande do Sul multou os irmãos por fazerem obras em uma área de proteção ambiental. Como a multa não foi paga, a promotoria conseguiu que a polícia apreendesse o passaporte dos irmãos, o que causou constrangimentos à dupla.

Em 2020, Ronaldinho foi barrado no aeroporto de Guarulhos (SP) e não conseguiu embarcar para Dubai, onde tinha um compromisso comercial.


Ronaldinho e Assis pagaram a dívida e recuperam seus passaportes. Mas em março de 2020, o gaúcho escreveu mais um capítulo em sua extensa ficha judicial. Por entrar no Paraguai com documentos falsos, acabou preso por sete meses em Assunção.


Foi nessa época também que começaram a pipocar na Justiça ações de danos morais e materiais contra o jogador por causa de seu envolvimento com a empresa 18k Ronaldinho. O negócio de “marketing multinível” prometia aos clientes lucro fácil e sem riscos sobre o capital investido. Para se ter uma ideia, uma pessoa que investisse seu dinheiro na bolsa de valores, um investimento de alto risco, teria rendimento de 2,92% durante todo o ano de 2020. A 18k Ronaldinho prometia rendimento de 2% ao dia. Além de emprestar seu nome à empresa, Ronaldinho participava de ações de marketing e abria as portas de sua casa no Rio de Janeiro para captar clientes.


No começo daquele ano, centenas de clientes tiveram seu dinheiro bloqueado pela empresa, cujos donos desapareceram. Um barbeiro de Mogi das Cruzes (SP) que havia investido R$ 204 mil na empresa entrou na Justiça para reaver o dinheiro e cobrar mais R$ 204 mil em danos morais. O processo está parado até hoje porque a Justiça não conseguiu localizar Ronaldinho e as outras pessoas apontadas como sócios do negócio.


“O Ronaldinho Gaúcho só foi encontrado em endereço comercial, mas o juiz não aceitou essa citação em virtude de ela ter sido recebida por terceiros”, afirmou a advogada Sabrina Blaustein, que defende o barbeiro de Mogi das Cruzes. “O juiz requereu a citação por oficial de Justiça, e em virtude de ser em outro estado, temos ainda a burocracia e lentidão do Judiciário. Ou seja, até agora ele não foi citado por oficial de Justiça.”


O caso também chegou na esfera criminal, na qual o Ministério Público de São Paulo investiga os responsáveis pela empresa sob suspeita de terem cometido crimes contra a economia popular. A reportagem apurou que a investigação encontra-se em fase final na promotoria de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.


A reportagem entrou em contato com o advogado Sérgio Queiroz, que defende Ronaldinho, mas ele preferiu não comentar os processos contra seu cliente.

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