Bebê morre após consumir granola de açaí em Natal; polícia investiga suspeita de envenenamento
Presente misterioso levou à tragédia: criança de 8 meses faleceu e mulher está em estado grave na UTI

Uma investigação por suspeita de envenenamento foi aberta pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte após a morte de uma bebê de oito meses e a internação de sua tia de consideração, de 50 anos, em estado grave na UTI. As duas passaram mal depois de consumirem açaí com granola entregue como presente misterioso em Natal.
Entregas suspeitas e tragédia familiar
O caso aconteceu na semana passada no bairro Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal. Geisa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos, recebeu em casa uma sequência de presentes não identificados, entregues por motoboys em três dias consecutivos.
No primeiro dia, 13 de abril, chegou um urso de pelúcia com chocolates e uma mensagem romântica. No dia seguinte, foi entregue açaí com granola, que Geisa compartilhou com a pequena Yohana Maitê Filgueira Costa, de oito meses, filha de sua prima.
“Após meia hora, 40 minutos, Yohana começou a passar muito mal. Minha prima levou ela para a UPA e ela veio a óbito”, relatou Yago Smith, filho de Geisa.
Estado grave e confirmação das suspeitas
Danielle Priscila Silva, mãe da bebê, descreveu o momento traumático: “Os sinais vitais dela estavam baixos, o batimento do coraçãozinho baixo. Na UPA mesmo, dentro da ambulância, minha filha veio a óbito.”
Inicialmente, os médicos acreditaram que o mal-estar de Geisa era emocional devido à morte da criança. No entanto, quando ela consumiu outro açaí entregue no terceiro dia, seu quadro piorou drasticamente.
“Não passou nem 15 minutos e ela já começou a passar muito mal. Ela estava suando bastante, tremendo a mão, não tinha força nem pra falar nada, espumando”, contou Yago.
Geisa permanece entubada e em estado grave na UTI do Hospital Regional de Macaíba.
Investigação em andamento
A Polícia Civil confirmou que investiga o caso e aguarda resultados de análises toxicológicas. “O alimento consumido foi encaminhado para análise, mas o laudo pericial ainda não foi concluído. Existe a possibilidade de envenenamento, contudo, qualquer afirmação nesse sentido, neste momento, seria precipitada”, informou a corporação.
As autoridades já coletaram digitais e buscam identificar o motoentregador para descobrir quem solicitou as entregas. Amostras do açaí e as cartas que acompanhavam os presentes foram encaminhadas ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP).
A família, que inicialmente não suspeitou dos presentes, agora aguarda respostas sobre quem poderia estar por trás dessa tragédia que vitimou uma criança inocente e deixou uma mulher lutando pela vida.
Presentes misteriosos continuaram após a tragédia
O mais perturbador é que, mesmo após a morte da bebê Yohana, os presentes continuaram chegando. No terceiro dia, terça-feira (15 de abril), mais açaís foram entregues na residência de Geisa.
“Ela recebeu novamente uma encomenda de motoentregador. Até então, a gente não tinha maldado nada, não tinha imaginado nada do tipo”, explicou Yago, filho de Geisa, demonstrando como a família não suspeitava inicialmente da relação entre os presentes e o ocorrido.
Foi somente após Geisa consumir o segundo lote de açaí e apresentar sintomas graves que a família começou a conectar os pontos. Os médicos que a atenderam na UPA de Cidade da Esperança foram os primeiros a levantar a hipótese de envenenamento.
Orientação médica levou à denúncia policial
José Cícero Tenório, outro filho de Geisa e churrasqueiro, relatou como os profissionais de saúde orientaram a família a procurar as autoridades:
“Disseram que eu procurasse a delegacia para poder fazer o exame toxicológico, porque na UPA não faz. Foi onde eu cheguei na DHPP. E aí eles já levaram tudo, as amostras, e foi levado para o Itep, para aprofundar essa investigação.”
A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já iniciou os procedimentos investigativos, coletando depoimentos de testemunhas e familiares para tentar entender a motivação por trás do possível crime.
Comunidade em choque
O caso causou comoção no bairro Felipe Camarão, onde a família é conhecida. Vizinhos e amigos estão perplexos com a possibilidade de um crime premeditado que vitimou uma criança inocente.
Enquanto Geisa luta pela vida na UTI do Hospital Regional de Macaíba, a família enfrenta o luto pela perda da pequena Yohana e a angústia de não saber quem poderia ter planejado tal ato.
As autoridades pedem que qualquer pessoa com informações sobre entregas suspeitas na região ou que tenha visto os motoentregadores entre em contato com a Polícia Civil para auxiliar nas investigações.
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