Bolsonaro chama Omar Aziz de ‘cara de capivara’ e fala em ‘ficar livre da Petrobras’
"Aquele cara de capivara me chamando de motoqueiro, me acusou como se eu fosse ficar indignado", disse o presidente
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou neste sábado (6) o senador Omar Aziz (PSD-AM) de “cara de capivara” e afirmou que a única acusação relevante da CPI da Covid teria sido classificá-lo de motoqueiro.
“A única acusação bombástica da CPI do Omar Aziz foi a de que temos um presidente que é motoqueiro. Aquele cara de capivara me chamando de motoqueiro, me acusou como se eu fosse ficar indignado. Pode falar motoqueiro ou motociclista. Eu sei o que é liberdade sobre duas rodas”, disse.
O relatório final da CPI, no entanto, aponta que há provas de que o governo Jair Bolsonaro foi omisso e escolheu agir “de forma não técnica e desidiosa” no enfrentamento da pandemia.
A declaração do presidente foi dada durante um evento com apoiadores no Centro de Eventos de Ponta Grossa, no Paraná. Bolsonaro havia acabado de participar de uma motociata, que começou às 10h na cidade de Piraí do Sul. Cerca de 90 motoclubes confirmaram presença no evento.
Em julho, Omar Aziz , então presidente da CPI da Covid, criticou a condução da pandemia pelo governo Bolsonaro, ocasião na qual chamou o presidente de motoqueiro.
“O governo não tem um milímetro de solidariedade. Um presidente abre a boca para assacar contra quem se contrapõe a ele. Um presidente motoqueiro. O Brasil tem um presidente motoqueiro”, afirmou Aziz, acrescentando que Bolsonaro ataca adversários em vez de visitar pessoas que perderam entes queridos durante a pandemia.
Levantamento feito pela Folha mostrou em setembro que as motociatas do presidente já custaram R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. O valor é referente a cinco viagens convocadas pelo mandatário.
Antes de a motociata começar, Bolsonaro ignorou mais uma vez os protocolos sanitários e cumprimentou apoiadores sem usar máscaras. Muitos dos seguidores também estavam sem o item de proteção.
A motociata percorreu um trecho de pouco mais de 100 km entre Piraí do Sul e Ponta Grossa. Acompanharam o evento milhares de motos de apoiadores vindos de Ponta Grossa, Curitiba, Castro, Carambei e Piraí.
Na região dos Campos Gerais, onde a agricultura e a pecuária predominam, às margens da PR-151, agricultores exibiam máquinas agrícolas e caminhões.
Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) acompanhou Bolsonaro na viagem ao Paraná.
No evento com os apoiadores, o presidente também voltou a falar em privatizar a Petrobras. “A economia sofreu um golpe no mundo todo. Sabemos da inflação e do aumento de combustíveis, sabemos que a Petrobras é, infelizmente, independente”, disse Bolsonaro.
“Nós estamos buscando uma maneira de, da nossa parte, ficar livre da Petrobras, fatiá-la bastante e, quem sabe, partir para a privatização.”
Apesar do que ele afirmou, o Ministério da Economia comunicou à Petrobras que não há estudos ou avaliações para a privatização da estatal neste momento.
Nesta sexta (5), o presidente participou de um outro evento em Ponta Grossa, onde anunciou a ampliação de sistemas de abastecimento de água do município. Durante a solenidade, ele tachou de “estupro” a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR).
O parlamentar perdeu o mandato por ter divulgado notícias falsas sobre o sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018.
“Há três anos não converso com o deputado Francischini. A cassação dele foi um estupro. Por ter feito uma live 12 minutos antes, não influenciou em nada. Ele era deputado federal. Foi uma violência (…) Aquela cassação foi uma violência contra a democracia”, disse o presidente.
Em resposta à motociata, o PSOL convocou um ato em Ponta Grossa. Batizado de #VazaBolsonaro, o protesto durou pouco mais de duas horas e seguiu pela principal avenida da cidade.
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