Chuva provoca ao menos 13 mortes e deixa 45 desaparecidos na Baixada Santista
Segundo os bombeiros, Guarujá é a cidade mais afetada porque acumula o maior número dos óbitos
O temporal que atingiu a Baixada Santista, entre a noite desta segunda-feira (2) e a madrugada desta terça (3), matou ao menos 13 pessoas, deixou outras 45 desaparecidas e causou muitos estragos.
Os números da tragédia estão sendo atualizados a todo momento pelo Corpo de Bombeiros, pela Defesa Civil e pelas prefeituras das cidades afetadas.
Guarujá e São Vicente decretaram estado de calamidade pública e suspenderam as aulas nas suas escolas até que os problemas estruturais sejam resolvidos.
Segundo os bombeiros, Guarujá é a cidade mais afetada porque acumula o maior número dos óbitos, número ainda não especificado pela corporação.
Entre as vítimas de Guarujá está um bombeiro. Ele morreu soterrado no Morro do Macaco Molhado no momento em que tentava salvar um bebê e a mãe dele, que estavam sob uma montanha de pedra e lama.
Mãe e filho não resistiram e morreram, e o bombeiro perdeu a vida após uma segunda movimentação de terra no morro. Outro profissional da corporação também foi soterrado e é considerado desaparecido.
Segundo Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, cerca de 113 homens da corporação vasculham oito áreas afetadas de Santos, Guarujá e São Vicente.
“O terreno está muito encharcado e pode causar novos deslizamentos de terra. O local é muito perigoso, mas as equipes continuam na execução dos trabalhos e na busca de vítimas”, afirmou Palumbo.
PROBLEMAS NO TRÂNSITO
Além dos deslizamentos, a chuva causou problemas nas rodovias Anchieta, Cônego Domênico Rangoni e Doutor Manuel Hipólito Rego, que ligam a capital ao litoral.
O VLT da Baixada Santista -entre Santos e São Vicente- teve sua operação paralisada na manhã desta terça por causa de um deslizamento de terra perto do túnel que faz a ligação entre as duas cidades. Já o sistema de balsas não foi afetado.
Em Santos, o temporal inundou as avenidas que dão acesso à cidade e provocou um congestionamento de carros, ônibus e caminhões na entrada do município.
Em entrevista à rádio CBN, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse que a prioridade é o atendimento às vítimas. “Principalmente nos morros, que foram mais impactados com obstrução de vias e escorregamentos”.
Foram inundadas as avenidas Martins Fontes, com todas as faixas das pistas 1, 2 e 3 -elas ficaram intransitáveis entre a rodovia Anchieta e a rua Pio 12, assim como na chamada curva da Sancap; e a avenida Nossa Senhora de Fátima, nos dois sentidos.
Também houve um bloqueio para o trânsito de veículos na região central da cidade, na avenida Visconde de São Leopoldo com a praça dos Andradas.
A chuva provocou deslizamentos em vários morros da cidade, nas regiões de Santa Maria, São Bento, Vila Progresso e Monte Serrat. Neste último, um bloco de rocha rolou e será fragmentado para ser removido.
No Jardim Piratininga, uma árvore de grande porte caiu e mobilizou a Defesa Civil, que foi até o local socorrer moradores do bairro.
A Prefeitura de Santos informou que a Vila Criativa, na Vila Progresso, a quadra da escola de samba União Imperial, no Marapé, e a escola Therezinha Maria Calçada Bastos, no bairro São Bento, estão recebendo moradores desabrigados.
Todas as equipes da Defesa Civil, inclusive funcionários que estavam de folga, estão nas ruas socorrendo moradores afetados pela chuva. Bombeiros da cidade também atendem dezenas de ocorrências.
O governador João Doria (PSDB) disse ter acompanhado as operações de resgate desde o início da manhã no Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo antes de se dirigir à região.
Doria lamentou as mortes causadas pelas chuvas. “Minha solidariedade aos moradores da Baixada Santista que sofrem com as fortes chuvas desde ontem. Lamentavelmente, até o momento, há 9 mortos confirmados. Temos 1 herói do Corpo de Bombeiros entre as vítimas”, escreveu ele, nas redes sociais.
TEMPESTADE
De acordo com dados da Defesa Civil paulista, nas últimas 12 horas choveu 282 mm, em Guarujá; 218 mm, em Santos; 170 mm, em Praia Grande; 169 mm, em São Vicente; 160 mm, em Mongaguá; 132 mm, em Cubatão; e 110 mm, em Bertioga.
A previsão para toda esta terça é de chuva moderada a forte em todo o litoral paulista, incluindo a Baixada Santista devido a formação de uma área de baixa pressão e a circulação de ventos em altos níveis da atmosfera.
Assista abaixo discurso do governador João Dória (PSDB) ao lado de prefeitos da Baixada Santista.
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