Condomínio de Bolsonaro silencia tanto em panelaço contra como a favor do presidente
Silêncio imperou na avenida da praia, onde fica o condomínio
Os vizinhos imediatos de Jair Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), permaneceram em silêncio durante os panelaços marcados para a noite desta quarta-feira (18) –contra e a favor do presidente.
Por volta das 20h30, hora marcada para a manifestação contrária, foi possível ouvir apenas panelas e gritos distantes. No entanto, na avenida da praia, onde fica o condomínio, o silêncio imperou.
O mesmo aconteceu às 21h, horário escolhido pelo presidente para um panelaço a seu favor. Em prédios mais afastados do condomínio, moradores piscaram as luzes e bateram panelas –com mais intensidade do que os opositores. No entorno próximo, porém, também não houve qualquer manifestação.
O panelaço contra Bolsonaro foi convocado nesta semana nas redes sociais. Em resposta, o presidente usou suas redes para chamar uma manifestação idêntica a seu favor, marcada para meia hora depois.
A convocação de Bolsonaro foi compartilhada por seus aliados. As publicações ocorreram, no entanto, somente após a mensagem divulgada pelo presidente.
Os panelaços em janelas de apartamentos se tornaram um dos símbolos de protesto contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em 2016.
Mais cedo nesta quarta (18) e na terça (17), já havia ocorrido panelaço antecipado em algumas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília.
Nesta quarta, às 19h30, as panelas bateram simultaneamente a um pronunciamento do presidente anunciando medidas contra o coronavírus.
Em meio à crise da doença, que representa uma grave ameaça à economia e à saúde pública, o presidente Bolsonaro vem adotando um posicionamento de relativizar a dimensão da pandemia.
Bolsonaro, que já se referiu à dimensão da doença como “fantasia”, dizendo haver “histeria” da população, tentou reagir nesta quarta, após perder apoio inclusive entre alas conservadoras.
Modulando seu discurso público, passou a reconhecer que a situação é grave, embora não tenha demonstrado arrependimento de ter participado de ato no último domingo (15), contrariando recomendação do Ministério da Saúde.
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