Ações integradas do Governo de SP transformam antiga Cracolândia após anos de crise
Segurança, saúde e assistência social atuam em conjunto e região completou seis meses sem cenas abertas de uso de drogas
Seis meses após a desmobilização completa das cenas abertas de uso de drogas na região central de São Paulo, o governo estadual apresentou um balanço das estratégias que levaram ao encerramento do fluxo conhecido como Cracolândia, um problema que se prolongou por décadas. A atuação simultânea das áreas de segurança pública, saúde e desenvolvimento social, com apoio da Prefeitura de São Paulo, é apontada como o principal fator para a mudança no cenário.
O governo afirma que o esvaziamento da concentração de usuários na Rua dos Protestantes, concluído em maio, já trouxe reflexos diretos para o comércio e para a sensação de segurança. Dados comparativos mostram que ações em Campos Elíseos e Santa Cecília reduziram, entre maio e setembro, 63% dos roubos na região (de 3,5 mil em 2022 para 1,3 mil em 2025). A soma de furtos e roubos também apresentou queda de 29,8% no mesmo período.
Logo no início da gestão, a Secretaria da Segurança Pública iniciou um monitoramento detalhado do centro e estabeleceu reuniões frequentes com outras pastas. O efetivo policial recebeu reforço de 400 agentes, além da entrega de novas unidades operacionais. Um banco de dados foi formado para identificar frequentadores do fluxo, revelando que cerca de 60% tinham histórico prisional, segundo o governo.
A investigação resultou na prisão de lideranças de facções criminosas que atuavam no entorno, além de ações em ferros-velhos, hotéis e pensões envolvidos na lavagem de dinheiro do tráfico. A Operação Downtown, conduzida pela Polícia Civil, levou à apreensão de mais de R$ 200 milhões em bens.
Outro ponto considerado decisivo foi o processo de desmobilização da Favela do Moinho, identificada como um dos principais polos de abastecimento de drogas para a região. O governo afirma que o projeto inclui oferta de moradia digna para moradores e prisões de envolvidos com o narcotráfico.
Enquanto o policiamento permanecia reforçado, áreas antes degradadas passaram por intervenções urbanas. Ruas como Helvétia e Dino Bueno, além da Praça Princesa Isabel, tiveram redução total das aglomerações e receberam melhorias estruturais.
Com isso, comerciantes relatam recuperação no movimento. Daniel Neves, que havia registrado queda de 50% nas vendas durante o período de maior concentração do fluxo, afirma que a clientela voltou. Trabalhadores da região também relatam mudança. Renata Pereira, que atua perto da Praça Princesa Isabel, diz que hoje circula com segurança onde antes evitava passar: “A praça está limpa, a gente consegue usar o espaço, e há presença constante de policiamento”.
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