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GSI mostra poder de fogo em simulação de atentado contra Bolsonaro

"Ataque", com disparos de fuzil 5.56 e pistolas 9 mm, fez parte de um treinamento de agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)


Por Estadão Conteúdo Publicado 27/09/2019
Agentes do Gabinete de Segurança Institucional fazem demonstração durante apresentação do esquema de segurança da presidência da República. Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Foram três minutos ininterruptos de tiros. De repente, Jair Bolsonaro aparece de colete vermelho e, protegido por uma pasta-escudo, é retirado de dentro de um carro do comboio presidencial, que sofreu uma emboscada. A cena até poderia ser real, mas o Bolsonaro dessa história não era o presidente e, sim, um dublê.

O “ataque”, com disparos de fuzil 5.56 e pistolas 9 mm, fez parte de um treinamento de agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela proteção do presidente, do vice e de suas respectivas famílias. Convidados pelo ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto presenciaram parte do treinamento dos agentes de segurança, da doutrina à simulação de emboscadas ao presidente.

O Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, durante apresentação do esquema de segurança da presidência da República. Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Além do tiroteio, a simulação também contou com granadas de fumaça roxa, vermelha e branca, em reação extrema a um ataque ao comboio presidencial. Virou piada entre os presentes, porém, o fato de o dublê de Bolsonaro vestir justamente colete vermelho – a cor do PT.

‘Mistura’
Heleno disse que o segurança ideal é “uma mistura do Batman, Superman e Mandrake, um pouco de cada super-herói”. Desde que Bolsonaro sofreu um atentado a faca, em setembro de 2018, o filho “zero dois” do presidente, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), tem feito críticas ao que ele vê como falhas na segurança do pai – à época da campanha, a escolta do então candidato do PSL era feita pela Polícia Federal.

A pressão aumentou em junho, quando um militar da equipe de apoio à comitiva presidencial foi preso na Espanha, depois de tentar desembarcar no País com 39 quilos de cocaína na bagagem. O episódio ocorreu às vésperas do encontro do G-20, no Japão, e provocou constrangimento internacional. Logo depois, Carlos afirmou nas redes sociais que não anda com seguranças, “principalmente aqueles oferecidos pelo GSI”.

Por conta de um entendimento do GSI com o Congresso Nacional, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), outros dois filhos do presidente, andam com escolta permanente de policiais legislativos.

O GSI exibiu nesta quinta-feira, 26, grande parte de seu poderio, mas não tudo. Lançadores de foguete, a popular “bazuca”, não foram mostrados, mas fazem parte do equipamento disponível para os agentes da segurança de Bolsonaro. “Esse agente não é qualquer um. Ele é escolhido a dedo e treinado exaustivamente. Aqui, principalmente, não tem ‘toma lá, dá cá'”, afirmou Heleno, durante a visita ao Centro de Treinamentos no Setor Militar Urbano, em Brasília.

O general acrescentou que não havia qualquer recado por trás daquela demonstração. “Faz parte do novo Brasil mostrar como está sendo aplicado o recurso público na segurança do presidente e dar um pouco mais de detalhes sobre o treinamento dos agentes para (as pessoas) sentirem que não é uma atividade amadora”, disse.

O GSI passou por expansão recente: contratou simuladores de direção e prepara a compra de um novo sistema para interceptar drones de pequeno porte nas imediações dos palácios e residências oficiais, em Brasília. O modelo do sonho deve ser capaz de forçar que os drones baixem, por meio de interferência no software controlador, ou mesmo lançar uma rede para derrubá-los. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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