INSS pode ter lesado 4,1 milhões de beneficiários com descontos indevidos
Número exato de afetados só deva ser confirmado ao término das apurações

Uma ampla investigação revelou que milhões de aposentados e pensionistas podem ter sofrido prejuízos financeiros por conta de descontos indevidos em seus benefícios previdenciários. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) indicam que pelo menos 4,1 milhões de beneficiários mantêm vínculos com entidades suspeitas de fraudes, embora o número exato de afetados só deva ser confirmado ao término das apurações.
O caso veio à tona após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar que 97,6% dos beneficiários ouvidos em um levantamento disseram não ter autorizado as cobranças mensais que apareceram diretamente em seus contracheques. As investigações, conduzidas pela Polícia Federal, apontam que associações ligadas a aposentados teriam inserido dados de segurados sem consentimento, em alguns casos utilizando assinaturas falsificadas.
Essas associações passaram a realizar descontos diretamente na folha de pagamento dos segurados por meio de contratos associativos firmados com o INSS. O prejuízo estimado com o esquema chega a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Das 39 entidades com as quais o INSS mantinha acordos de cooperação técnica, irregularidades já foram confirmadas em 11, que juntas associaram aproximadamente 6,6 milhões de pessoas.
A gravidade das fraudes levou à exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de servidores e da prisão de seis pessoas ligadas às entidades investigadas. Entre os detidos está Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como lobista da operação, acusado de lavar dinheiro e intermediar repasses ilegais por meio de empresas vinculadas ao grupo.
Diante da situação, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, se reúne nesta sexta-feira (2) com o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, para discutir medidas de ressarcimento às vítimas do esquema. O encontro, previsto para ocorrer na sede da Advocacia-Geral da União (AGU), em Brasília, contará também com a presença de representantes da Dataprev, estatal responsável pelo processamento de dados da Previdência Social.
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