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Morador de área afetada joga lama em Crivella

Três pessoas morreram na capital em decorrência das chuvas que atingiram a cidade desde a noite de sábado (29)


Por Estadão Conteúdo Publicado 02/03/2020
Marcelo Crivella/ Divulgação

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi atingido nesta segunda-feira (2) por uma bolinha de lama enquanto dava entrevista numa das áreas mais atingidas pelas chuvas caíram na cidade no último fim de semana.

O material bateu no rosto do prefeito após, de acordo com o jornal O Globo, ele afirmar que a população é culpada pelos transtornos por jogar lixo no leito dos rios. Ele estava em Realengo, na zona oeste.

Três pessoas morreram na capital em decorrência das chuvas que atingiram a cidade desde a noite de sábado (29) –uma quarta vítima foi registrada em Mesquita, na região metropolitana. No domingo (1º), ao comentar as ações da prefeitura, Crivella já havia responsabilizado moradores pelos transtornos.

“As pessoas gostam de morar ali perto dos talvegues [linha mais baixa de um vale por onde escorre a água da chuva] para gastar menos tubo e colocar cocô e xixi e ficar livre daquilo. Essas áreas são muito perigosas”, disse ele.

O número de ocorrências atendidas pela Defesa Civil municipal também subiu.
Das 20h30 de sábado (29) até as 9h15 desta segunda, o órgão recebeu 349 chamados (foram 104 até a tarde de domingo), sendo os principais por desabamento de estrutura e deslizamento de barreiras e encostas.

Ao todo, 18 imóveis foram interditados emergencialmente e 30 sirenes foram acionadas em 16 das 103 comunidades de alto risco do município, como a Rocinha e o Complexo do Alemão. O sinal toca quando o índice pluviométrico atinge protocolos de desocupação preventiva.

Os transtornos fizeram o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) mudar sua agenda nesta manhã. Em vez de participar de uma entrevista coletiva sobre o balanço do Carnaval, ele decidiu ir ao bairro de Realengo (zona oeste), um dos mais afetados.

Nesta segunda, 29 escolas estaduais suspenderam as aulas por terem sofrido estragos com a chuva. A maior parte dessas unidades fica na região metropolitana: sete delas estão localizadas em Belford Roxo, outras cinco em Itaguaí e mais cinco na zona oeste da cidade do Rio, algumas das regiões mais afetadas.

O Corpo de Bombeiros informou que busca uma quinta vítima do temporal (não identificada) em um rio em Queimados, a 55 km da capital fluminense, com a ajuda de uma equipe de mergulhadores. O órgão, porém, não deu mais detalhes da ocorrência.

Por causa das chuvas no rio Guandu, que abastece grande parte da região metropolitana, a Cedae (companhia estatal de água e esgoto) reduziu a captação de água desde a noite de domingo, operando com 60% de sua capacidade.

A menor pressão na rede pode diminuir o fornecimento em áreas mais altas.

A cidade do Rio está em estágio de alerta (o quarto nível em uma escala de cinco) desde as 0h20 de domingo. Isso significa que uma ou mais ocorrências graves impactam o município ou que há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões.

Em apenas 32 horas choveu mais da metade da média de março em toda a cidade. Santa Cruz (zona oeste) foi o bairro com o maior volume, com 154,6 mm, sendo que a média para o mês ali é de 155,3 mm.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio recomenda que as pessoas adiem compromissos, permaneçam em lugares seguros, só se desloquem se estiverem em área de risco ou caso seja extremamente necessário.

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