Óleo atinge a baía de Todos-os-Santos, na Bahia, a maior do país
Manchas de óleo foram identificadas na faixa de areia e em cima de pedras e corais nas praia de Jaburu, Tairu e Cacha Pregos, município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica
O óleo que há 45 dias atinge as praias do Nordeste chegou nesta quinta-feira (17), baía de Todos-os-Santos, maior baía do Brasil e segunda maior do mundo.
Manchas de óleo foram identificadas na faixa de areia e em cima de pedras e corais nas praia de Jaburu, Tairu e Cacha Pregos, município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica.
As praias costumam ser utilizadas por pescadores e marisqueiras que vivem em povoados vizinhos, já que são formadas por corais onde se escondem os animais marinhos.
O avanço do óleo na baía preocupa ambientalista e autoridades, já que a região é repleta de manguezais que são berçário de espécies marinhas. Também na baía desemboca um dos rios mais importantes da Bahia, o Paraguaçu.
O superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) na Bahia, Rodrigo Alves, confirma a chegada do óleo em Itaparica e afirma que o órgão já havia acionado preventivamente um plano de emergência que existe desde 2015 para eventuais desastres ambientais.
O plano inclui o governo e empresas que atuam na região como a Petrobras e gestoras de terminais portuários.
Desde sábado (12), a entrada da baía vem sendo monitorada diariamente pela Marinha do Brasil. A atenção foi redobrada para evitar que o óleo avance sobre as regiões com ecossistema mais sensível.
“Tem muito mangue no fundo da baía de Todos-os-Santos. Nosso principal foco, no momento, é saber se existe risco de o óleo pode chegar às áreas mais sensíveis e qual resposta pode ser dada”, afirmou à reportagem.
O prefeito de Vera Cruz, Marcus Vinícius Marques Gil (MDB), afirma que servidores da prefeitura e voluntários de entidades ambientais estão nas praias para recolher o óleo. E afirma que as equipes estão tendo dificuldades, já que as manchas atingiram recifes e corais: “É um trabalho muito mais complexo”.
Ele destacou ainda o impacto socioeconômico da chegada do óleo na região, já que a maior parte das comunidades da contracosta da ilha sobrevivem da pesca e da mariscagem. E cobrou do governo federal um plano emergencial para atender a estes trabalhadores.
Na manhã desta quinta-feira (17), as manchas de óleo já haviam chegado às praias de Ondina e à região do Farol da Barra, no limite da entrada da baía de Todos-os-Santos.
Pequenas pelotas de óleo foram identificadas nas duas praias, conhecidas por ficaram em regiões de apelo turístico e junto a um dos principais circuitos do Carnaval.
Com o avanço das manchas, chega a 11 o número de regiões do litoral de Salvador já atingidas pelo óleo, atingindo toda a faixa da orla atlântica.
Outras praias que já haviam sido atingidas receberam uma maior quantidade de óleo na manhã desta quinta. Foi o caso, por exemplo, das praias de Stella Maris e praia da Pedra do Sal, em Itapuã.
“Estamos preocupados com estas duas áreas, pois o óleo chegou em uma textura mais líquida e está concentrado no meio das pedras, o que dificulta o trabalho de coleta”, afirma o secretário municipal da Casa Civil, Luiz Carreira.
Ele diz que é necessária uma ação rápida para evitar que os sedimentos voltem ao mar com o avanço da maré durante a tarde.
Ao todo, 405 agentes da Limpurb, empresa municipal de limpeza urbana, estão atuando na retirada do óleo. Grupos de voluntários também tem ajudado na coleta do material.
Até a manhã desta quinta, foram retiradas das praias de Salvador 26 toneladas de óleo. Somente na quarta-feira, 22 toneladas foram retiradas em oito horas.
Os primeiros vestígios de óleo começaram a chegar a Salvador na terça-feira (10), mas até então em pequenas quantidades. Antes desta quinta-feira, haviam sido recolhidos apenas 37 quilos do óleo.
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