‘Tu é meio escurinho. Ah, isso é crime’, diz Bolsonaro a apresentador negro
"Você é afrodescendente?", questionou o presidente. "Eu sou", respondeu o apresentador Fernando Vilela.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma fala racista na noite desta segunda-feira (12), ao se referir a um dos apresentadores, que é negro, durante participação do pool dos podcasts Dunamis, Hub, Felipe Vilela, Positivamente, Luma Elpidio e Luciano Subirá.
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“Você é afrodescendente?”, questionou o presidente. “Eu sou”, respondeu o apresentador Fernando Vilela.
“Tu é meio escurinho. Ah, isso é crime”, retrucou Bolsonaro, em tom de ironia. “Não ouviu falar que eu era racista, não?”, completou.
Antes, o chefe do Executivo já tinha se referido ao mesmo apresentador como “gordinho”.
Depois, Jair Bolsonaro também fez “piada” com o apresentador Teófilo Hayashi, chamando-o de “japa”.
Outras falas racistas de Bolsonaro Essa não é a primeira vez que Bolsonaro se envolve em polêmica com falas de cunho racista.
Em maio de 2021, na saída do Palácio do Alvorada, em Brasília, o presidente disse ter visto uma barata no cabelo crespo de um rapaz que tentava tirar uma foto sua.
Em julho do ano passado, o mandatário chegou a comparar o cabelo crespo de um apoiador que o acompanhava, também no Alvorada, a um “criador de baratas” e perguntou quantas vezes por mês o rapaz o lavava. O apoiador, por sua vez, demonstrou não se importar com as falas do presidente.
Pelas imagens, não é possível cravar ser o mesmo seguidor que o acompanhou dois meses antes.
Em maio deste ano, Bolsonaro perguntou se um apoiador negro “pesava mais de 7 arrobas”. Na época, o presidente disse se tratar de uma ironia por já ter sido processado pelo uso dos mesmos termos.
Racismo é a denominação da discriminação e do preconceito (direta ou indiretamente) contra indivíduos ou grupos por causa de sua etnia ou cor.
O artigo 20 da Lei 7.716, de 1989, diz que é crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
A pena é de reclusão de um a três anos e multa, que aumenta para dois a cinco anos, quando praticado por intermédio de meios de comunicação ou publicações.
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