Variante de Manaus já atinge 64% dos infectados em SP, mostra estudo
Variante de Manaus foi detectada pela primeira vez na cidade de São Paulo em fevereiro
A variante de Manaus do novo coronavírus, conhecida como P.1, já é a principal em circulação na cidade de São Paulo, e foi encontrada de forma amplamente majoritária em amostras coletadas para um estudo que a Prefeitura de São Paulo fez com o Instituto de Medicina Tropical da USP.
De 73 amostras colhidas de pessoas que infectadas para exame de RT-PCR, e que residem em SP, 64,4% eram da variante de Manaus -47 pacientes testaram positivo para ela.
Outras cinco amostras revelaram infecção pela variante do Reino Unido, a B.1.1.7.
Ou seja, no total, 71,2% das amostras de moradores de São Paulo revelaram novas linhagens do vírus.
“Estamos vivendo uma nova epidemia na cidade”, diz o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. “É por isso que mais jovens estão ficando doentes, é por isso que o percentual pessoas que morrem quando vão para a UTI aumentou”, acredita ele.
Segundo Aparecido, no ano passado cerca de 27% dos pacientes que precisavam de tratamento intensivo não resistiam. Agora, esse percentual saltou para 35%.
Ele credita o trágico aumento às novas variantes, que seriam mais contagiosas e, desconfia-se, mais letais.
O estudo traz ainda dados impressionantes sobre a faixa etária dos doentes. Há hoje um número maior de casos concentrados na faixa dos 20 aos 54 anos em São Paulo.
A maioria das amostras testadas com a P.1 eram da zona norte da cidade (10), seguida das zonas leste e sudeste (9) cada uma), da zona oeste (8) e do centro (7).
A variante de Manaus foi detectada pela primeira vez na cidade de São Paulo em fevereiro. O paciente infectado por ela era morador da capital paulista, não esteve no Amazonas e apresentou sintomas leves de síndrome gripa. Não precisou de internação.
A linhagem P.1, de Manaus, foi detectada pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, em janeiro de 2021. Quatro pessoas chegaram a Tóquio infectadas com ela, depois de visitar a região do Amazonas.
Depois disso, estudos indicaram alta soroprevalência de anticorpos da P.1, mostrando que ela passou a circular de forma generalizada em Manaus, espalhando-se posteriormente para outros estados brasileiros.
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