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Carnaval de SP cresce e atinge todas subprefeituras com recorde de blocos

Nesta edição, a avenida Luiz Dumont Villares, na zona norte, será uma das principais novidades


Por Nani Camargo Publicado 26/01/2020
Limeira não terá Carnaval em 2022
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Carnaval de São Paulo se espalhou pelas bordas, terá recorde de blocos e pela primeira vez terá desfiles em todas as 32 subprefeituras da cidade.
No ano passado, a capital paulista ultrapassou o Rio em número de blocos. Em 2020, o total de blocos cresceu 62% em relação ao ano passado, passando de 490 para 796 autorizados até o momento. Entre as novidades estará um desfile do bloco pernambucano Galo da Madrugada.

A gestão Bruno Covas (PSDB) afirma que trouxe uma série de novidades para diminuir o impacto de todo esse público na cidade, como maior diálogo com órgãos como CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e Polícia Militar.

A subprefeitura da Sé terá a maioria dos desfiles, 234, e a de Pinheiros vem atrás, com 138.
A programação inclui também os extremos da cidade: Cidade Tiradentes (zona leste) terá quatro desfiles; Parelheiros (sul), dois; e Jaçanã/Tremembé (zona norte), 21.

Apesar disso, três subprefeituras (Sé, Pinheiros e Lapa) vão concentrar mais da metade de todos os desfiles de blocos na cidade (56%). Os desfiles acontecerão em aproximadamente 400 pontos da cidade.
No extremo da zona leste, apenas um grupo desfilará em São Mateus. O bloco São Mateus em Movimento participará pela primeira vez da programação oficial do Carnaval.

Fernando Rodrigo de Carvalho, o Nego Tinho, 39, presidente da organização cultural da qual faz parte o bloco, explica que o desfile, a ser realizado no dia 5 de fevereiro a partir do meio-dia, tratará de problemas próprios da região.

“Será um cortejo dividido em alas, falando de coisas que faltam à comunidade: primeiramente, coleta de lixo; depois, respeito entre as pessoas, ao papai e à mamãe; e, por fim, na ala-protesto, colocaremos nossas demandas ao poder público, como saneamento básico, escolas aos finais de semana”, afirma. Carvalho explica que fazer o Carnaval na periferia é mais difícil porque os grandes patrocinadores não têm a mesma receptividade que apresentam aos grupos do centro e da zona oeste.

Sem os conglomerados de cerveja, o São Mateus em Movimento desfilará com o apoio do comércio local.
“Somos um bloco familiar. Vamos homenagear o famoso berço do samba de São Mateus e trazer à tona o que nos falta, mostrando que nem tudo é festa”, conclui

Eles farão o percurso atravessando a Favela Galeria, um museu a céu aberto com grafites que, como explica Carvalho, é “uma espécie de beco do Batman seis vezes maior.” A prefeitura afirma que reestruturou o planejamento do evento para diminuir os transtornos causados pelas ruas fechadas e grande concentração de público.

Os trajetos foram todos aprovados por diversos órgãos, como CET, SPTrans (responsável pelos ônibus), polícia, GCM (Guarda Civil Metropolitana), entre outros, ao longo de 37 reuniões. Todos os órgãos tinham poder de veto. A avenida Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, por exemplo, ficou de fora após pedido da Ceagesp, que argumentou que o abastecimento da cidade poderia ser afetado.

Em Pinheiros, um dos pontos mais tradicionais, o largo da Batata, foi retirado da programação após problemas de segurança no ano passado.
Nesta edição, a avenida Luiz Dumont Villares, na zona norte, será uma das principais novidades.
A Secretaria de Cultura tem atuado para tentar fazer com que o centro, menos residencial, absorva o principal impacto. As mudanças envolveram negociação com cada bloco, trabalho feito pelos funcionários da Secretaria da Cultura.

Além do impacto no trânsito, o Carnaval paulistano tem registrado grande número de furtos. Na tentativa de melhorar a segurança, a prefeitura afirma que a principal novidade deve ser torres de observação, que serão usadas pela polícia e seguranças privados. Até o momento, a prefeitura conseguiu patrocínio de R$ 21,9 milhões para o Carnaval, cifra que ainda pode aumentar até o início do evento.

No ano passado, o valor foi de R$ 16 milhões e, estima a prefeitura, houve giro econômico de R$ 2,3 bilhões.
O ápice da festa acontecerá um fim de semana antes do Carnaval oficial, que começa no dia 21 e termina no dia 26, a quarta-feira de cinzas. No dia 15, haverá 141 desfiles.

O pós-Carnaval também deve ser movimentado. No dia 29, haverá 109 desfiles. Neste ano, como não haverá horário de verão, o encerramento dos festejos será, na maior parte das vezes, às 19h, com exceções pontuais negociadas previamente.

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