Dólar recua com ajustes após Copom
O aviso veio no comunicado após o fim do encontro, que reduziu a taxa básica em 0,25 ponto, para 4,25% ao ano
“A queda da moeda americana ocorre em função da mensagem do Copom, de que os nossos juros podem ficar estáveis por um bom tempo”, afirma Jefferson Rugik, diretor-superintendente da Correparti. “Aqueles agentes que apostavam em mais um corte do juro básico em março estão ajustando as suas posições em dólar, ou seja a queda de hoje reflete um ajuste técnico ao Copom”, comenta.
Para Vanei Nagen, gerente de câmbio na Terra Investimentos, dólar recua corrigindo “exagero na alta recente”. Para o especialista, o sinal de interrupção no corte de juro passa a visão de que o BC observa o mercado momento a momento. Agora, ele afirma que o radar está no mercado internacional.
Em segundo plano e não necessariamente agora, Nagem diz que pode ocorrer antecipação de vendas de moeda americana pela possibilidade de entrada de capitais no mercado relativa à operação bilionária de venda de R$ 22 bilhões em ações ON da Petrobras (com direto a voto) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O mercado está atento às próximas ofertas que podem ser feitas pelo banco de fomento neste ano. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que outras ofertas do banco estão a caminho, como a venda de participação no frigorífico JBS, e também em Copel e Tupy.
No exterior, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, opera perto da estabilidade enquanto o investidores aguardam novos drivers, conforme pontua o BBH, em nota. A fraqueza da libra esterlina frente à moeda americana ajuda no suporte ao DXY. Mas o dólar opera sem direção única em relação a divisas emergentes ligadas a commodities.
Às 9h40 desta quinta, o dólar à vista caía 0,39%, a R$ 4,2225. O dólar futuro para março recuava a R$ 4,2265 (-0,33%). Já a taxa do depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subia a 4,345%, de 4,290% no ajuste de ontem. E o vencimento para janeiro de 2025 exibia 6,10%, de 6,05% no ajuste anterior.
Mais cedo, a corresponsável da área de Riscos Soberanos para as Américas da Fitch, Shelly Shetty, afirmou que o ano de 2019 foi muito difícil para a economia global. A boa notícia é que os emergentes vão se desenvolver, excetuando a China, afirmou em evento que a agência de classificação de risco realiza em São Paulo nesta quinta-feira.
“A China vai desacelerar, mas o Brasil vai crescer bastante”, avalia. De acordo com Shelly, a Fitch está trabalhando com uma perspectiva de estabilização da economia global em 2020. Os riscos para este ano, de acordo com ela, são menor espaço para politicas fiscais, guerra comercial e riscos políticos.
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