Queda de reservatórios do Sul chega a 15,37%; Sudeste/Centro-Oeste sobe a 55,03%
Na mais recente projeção, divulgada na última quinta-feira (30), o ONS estimou que a afluência no subsistema Sudeste/Centro-Oeste ficará em 83% da média histórica de maio
A estiagem que atinge a região Sul leva o nível dos reservatórios do subsistema Sul para uma situação cada vez mais crítica. O armazenamento das hidrelétricas atingiu neste domingo (3) os 15,37%, queda de 0,73 ponto porcentual (p.p.) em relação aos 16,10% anotados no domingo anterior, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O patamar atual está 29,56 p.p. abaixo dos 44,93% verificados há um ano.
Em abril, o Sul registrou afluências (volume de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas) de apenas 16% da média histórica para o período, e as projeções mais atualizadas para maio indicam que esse comportamento deve se repetir em maio. Com isso, o operador estima que ao fim deste mês, o nível de armazenamento baixará ainda mais, até 15,2%.
Para esta semana, está previsto o avanço de uma frente fria pela região, ocasionando chuva fraca nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai, Iguaçu, Paranapanema, que compõem o subsistema, o que pode contribuir para evitar reduções maiores no nível médio dos reservatórios. Existem usinas em situação dramática, como Mauá, com 1,39% armazenamento, e Barra Grande, 5,7%, e Salto Santiago, com 7,21%.
Em função do cenário adverso que se observa desde o início do ano no Sul, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) estabeleceu medidas emergenciais na tentativa de minimizar os impactos da estiagem nos reservatórios da região. Tais ações foram mantidas mesmo após a redução da carga observada no subsistema em decorrência dos impactos da pandemia de covid-19 na atividade econômica. Entre as iniciativas adotadas estão a ampliação do intercâmbio de energia do restante do País para a região e a importação de energia elétrica da Argentina ou do Uruguai.
No Sudeste/Centro-Oeste, considerado a “caixa d’água” do setor elétrico brasileiro por corresponder a 70% da capacidade de armazenamento do País, o nível dos reservatórios segue em recuperação. A redução da carga provocada pelas medidas de combate à disseminação do novo coronavírus, em associação com o cenário hidrológico mais favorável nos meses de fevereiro e março, permitiu que o nível dos reservatórios da região atingisse 55,03%, patamar não visto na região desde julho de 2016. O porcentual é 0,18 ponto porcentual (p.p.) acima do verificado no domingo anterior. Há um ano, o armazenamento era de 45,37%.
Na mais recente projeção, divulgada na última quinta-feira (30), o ONS estimou que a afluência no subsistema Sudeste/Centro-Oeste ficará em 83% da média histórica de maio, ainda propiciando uma elevação do volume acumulado ao longo do mês até 57,7% da capacidade de armazenamento, o melhor desempenho em quatro anos.
No Nordeste, o nível dos reservatórios observado neste domingo (03/05) já é o melhor em nove anos, chegando a 90,06%, alta de 1,24 p.p. ante os 88,82% do domingo anterior. Para maio, a previsão do ONS é de que a afluência fique em 81% da média histórica. Assim, o armazenamento do subsistema deve seguir subindo e chegar a 90,3% no fim do mês, ligeiramente abaixo do pico observado em 2011.
No Norte, o armazenamento chegou a 79,35% neste domingo, praticamente estável em relação aos 79,32% do domingo anterior. O volume atual é superior aos 70,98% apurados um ano antes. A boa recuperação dos reservatórios do subsistema reflete o bom cenário hidrológico que se configurou nas áreas de influência das principais usinas, como Belo Monte, neste período de chuvas da região. Para maio, a atual projeção do ONS é de afluências de 140% da média histórica para a região, impulsionando o armazenamento até os 84,1% da capacidade no fim do mês.
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