Após vereadora Isabelly sofrer ataques transfóbicos, Procuradoria da Câmara emite nota de repúdio
Ataques foram publicados como resposta a comentário da vereadora sobre agressões sofridas por uma menina transgênero em uma escola de Mogi das Cruzes e, também, em uma publicação do perfil oficial da Câmara de Limeira
A vereadora, Isabelly Carvalho (PT), foi vítima de ataques transfóbicos publicados nas redes sociais na última quarta-feira (9). Foram duas ocorrências. A primeira aconteceu após Isabelly se posicionar contra agressões sofridas por uma aluna transexual em uma escola em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. A segunda agressão aconteceu no mesmo dia, após publicação feita pelo perfil oficial da Câmara de Limeira sobre um projeto de lei de autoria da parlamentar.
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De acordo com Isabelly, as agressões aconteceram em contextos diferentes. Na primeira delas, o comentário foi feito após uma pessoa pedir o posicionamento da vereadora em uma notícia sobre a agressão de uma aluna transgênero, que aconteceu em Mogi das Cruzes. Nas respostas aos comentários de Isabelly, a pessoa escreveu que “políticos que abusam do seu poder para defender o mal devem ser exterminados”. Além disso, a pessoa comentou que Isabelly “não é uma mulher de verdade”. A parlamentar usou suas redes sociais para expor e denunciar os comentários.
Paralelamente, a vereadora denunciou outros ataques que sofreu também na quarta-feira, dessa vez em uma publicação feita na página oficial da Câmara de Limeira, que trata de um Projeto de Lei de autoria de Isabelly, que propõe a criação do “Dia Marielle Franco de luta contra o genocídio da mulher negra”. “Ali apareceram vários comentários no sentido de me tentar me desqualificar, tentar desqualificar a minha identidade de gênero. Foram vários comentários bem agressivos”, disse a petista.
Isabelly Carvalho afirmou que ainda aguarda orientações do PT a nível estadual para saber como prosseguir com denúncias. “Fui buscar ajuda e entendimentos de outras instâncias para saber qual a melhor forma de atuar. Com certeza vamos envolver o Ministério Público nisso e fazer ressalvas na Câmara de Limeira para que isso não aconteça mais em um espaço institucional”, comentou a vereadora. “Isso não atinge só a mim como pessoa, isso solapa a democracia, é ruim para a sociedade como um todo. Hoje sou eu a vítima, mas amanhã pode ser outra vereadora, outro vereador. Isso é prejudicial para a democracia”, completou.
POSICIONAMENTO DA CÂMARA DE LIMEIRA
A Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Limeira emitiu uma nota de repúdio, nesta quinta-feira (10) contra os comentários transfóbicos sofridos pela vereadora Isabelly Carvalho. “Os comentários recebidos nas redes sociais da vereadora são criminosos e configuram violência política de gênero, que é todo ato de agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher com finalidade de impedir ou restringir o acesso e exercício de funções públicas e/ou induzi-la a tomar decisões contrárias a sua vontade”, cita a nota da Procuradoria.
“A parlamentar, eleita democraticamente com 1.349 votos, é a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira no legislativo de Limeira. Não podemos permitir nenhum tipo de ameaça contra qualquer uma das seis vereadoras ou mulheres que ocupam cargo público na cidade de Limeira. Estamos com você, vereadora Isabelly”, finaliza a nota.
Assinaram a nota de repúdio as vereadoras Mariana Calsa (PL), Lu Bogo (PL), Terezinha da Santa Casa (PL), Tatiane Lopes (Podemos) e Constância Félix (PDT).
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