Casos de afastamento por saúde mental disparam 122% entre profissionais da educação em Limeira

Entre 2021 e 2024, o número de licenças por transtornos mentais saltou de 351 para 782 — reflexo de um contexto de estresse e pressão no ambiente escolar que mobiliza ações emergenciais da prefeitura


Por Redação Educadora Publicado 17/06/2025
Casos de afastamento por saúde mental disparam 122% entre profissionais da educação em Limeira
Foto: reprodução Pixabay

Entre 2021 e 2024, Limeira (SP) enfrentou um aumento de 122% nos casos de afastamento por questões de saúde mental entre profissionais da educação municipal, segundo dados da Secretaria de Educação obtidos via requerimento na Câmara dos Vereadores. O total subiu de 351 ocorrências em 2021 para 782 em 2024 — um dado alarmante que expõe o impacto do desgaste emocional no ambiente escolar.

A análise por cargo revela que quem mais sofreu foram os monitores (246 afastamentos), seguidos pelos auxiliares de serviços gerais (127), professores da Educação Infantil e Fundamental (65 cada), monitores temporários (46) e merendeiros (44).


Prevenção em ação

Para enfrentar o quadro, a prefeitura implementou medidas focadas no apoio psicológico e social:

  • Contratação de uma psicóloga civil para atendimento dos profissionais.
  • Integração do Serviço Social com a Divisão de Medicina Ocupacional para planejamento de estratégias de acompanhamento.

Além disso, foram criados:

  • Grupos terapêuticos e de apoio para mulheres e pessoas enlutadas.
  • Atendimentos individuais.
  • Exames periódicos para monitores temporários.

Para 2025, a meta da Secretaria de Educação inclui:

  1. Ampliação dos exames periódicos, iniciando pelos merendeiros.
  2. Implementação da gestão psicossocial no âmbito de Segurança e Saúde no Trabalho.
  3. Desenvolvimento de treinamentos e palestras em rede com outras categorias da educação.

Reflexo na rotina escolar e rumo ao bem‑estar

O crescimento tão expressivo nos casos de saúde mental reflete uma sobrecarga que ultrapassa não apenas o aspecto físico, mas impacta diretamente a qualidade do ensino e o ambiente escolar. O desgaste emocional afeta a relação com alunos, a motivação e a capacidade de permanecer em sala de aula.

A iniciativa da prefeitura de Limeira, ao fortalecer a rede de suporte psicológico e examinar as condições de trabalho, sinaliza um passo importante para a reversão dessa tendência. No entanto, especialistas e trabalhadores chamam atenção para a necessidade de ampliar e consolidar essas ações: a prevenção exige continuidade, escuta ativa e políticas estruturadas voltadas à saúde emocional de todos os profissionais da educação.

Este cenário em Limeira se insere em um contexto nacional de atenção crescente à saúde mental dos servidores municipais da educação — e se reforça como prioridade local, diante de números que exigem respostas urgentes e eficazes.

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