Clientes denunciam fechamento de autoescola em Limeira em meio a processos de habilitação
Unidade no Centro da cidade está fechada e alunos relatam prejuízos; Detran aponta irregularidades e possibilidade de descredenciamento
Pelo menos dez pessoas que estavam em processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) procuraram o 1º Distrito Policial (DP) de Limeira (SP) após encontrarem as portas fechadas de uma autoescola localizada na Rua Tiradentes, esquina com a Rua Barão de Campinas. Entre os prejudicados está o filho de 20 anos de uma mulher que pagou aproximadamente R$ 2,5 mil pelo curso, mas não conseguiu concluir as etapas necessárias.
A mãe contou que procurou a autoescola em fevereiro, com a intenção de dar a CNH de presente ao rapaz. O início ocorreu dentro da normalidade, com exames médico e psicotécnico concluídos. No entanto, quando chegou a vez de agendar o curso teórico, começaram as dificuldades. Segundo ela, somente em junho, e em outra unidade da região central, foi possível iniciar o CFC. Já na fase prática, a situação se agravou: “Eles não estão marcando as aulas práticas. A gente cobra, mas só dão desculpas”, relatou.
Ainda de acordo com a mãe, em uma tentativa de obter respostas, ela chegou a conversar com uma funcionária no local, que teria afirmado que os responsáveis “sumiram”. Pouco tempo depois, a autoescola encerrou as atividades sem qualquer explicação, deixando de atender ligações, mensagens no WhatsApp e contatos pelas redes sociais. Quando a reportagem esteve no endereço, encontrou o imóvel fechado, com um cartaz informando que a reabertura ocorreria após uma dedetização, o que não aconteceu.
O Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran/SP) confirmou que a empresa continua com cadastro ativo, mas a última aula registrada no sistema foi em abril. Uma fiscalização de rotina, em junho, apontou irregularidades e deu início a um processo de regularização. Caso a inatividade se estenda por 90 dias, a unidade poderá ser descredenciada. O Detran também orienta que os clientes levem a situação ao Procon/SP.
O delegado Luiz Guilherme Barbosa, titular do 1º Distrito Policial, informou que boletins de ocorrência já foram registrados e que há suspeita de que situações semelhantes tenham acontecido anteriormente com o mesmo responsável. Para ele, o caso deve tramitar principalmente na esfera civil. “Até agora, parece que o estabelecimento fechou por irregularidades do Detran. O ideal seria o proprietário devolver todo o dinheiro às vítimas”, disse.
A autoescola consta com CNPJ ativo, em nome de um homem identificado como proprietário. A Gazeta tentou contato com ele, mas não obteve resposta. Os telefones divulgados no local estão inativos e a conta do Instagram associada à esposa dele é privada.
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